A Polícia Rodoviária Federal (PRF) colocou em prática a Operação Jornada Longa, que investiga a extensa carga de trabalho dos motoristas de caminhões e veículos pesados de carga. De acordo com os dados coletados, 25,47% dos motoristas trabalham mais de 13 horas por dia.
Atual diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Oliveira afirma que a pressão para cumprir prazos é o maior fator para o uso de substâncias químicas.
“Um condutor extenuado perde a atenção e passa a ser um risco para ele próprio e para os outros usuários da rodovia” , enfatizou.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) também participaram da ação, e apontaram que 18,87% dos motoristas utilizam substâncias químicas para se manterem acordados.
Exames laboratoriais foram realizados para detectar as substâncias ingeridas. Ao longo do ano, 90 mil motoristas foram monitorados, e 32 mil autos de infração foram aplicados.
As drogas mais utilizadas são cocaína, maconha, opióides e anfetaminas, o conhecido “rebite”.
Em julho deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou 11 pontos da Lei dos Caminhoneiros, por considerarem os tópicos inconstitucionais.
Alguns dos pontos foram o fracionamento do período mínimo de descanso; não contagem de horas para o tempo de espera da carga e descarga e descanso em movimento (quando dois motoristas revezam a viagem).
Em 2016, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres (CNTT) ajuizou uma ação contra a Lei dos Caminhoneiros e, de acordo com o MPT, as violações trabalhistas durante oito anos de tramitação ultrapassam o valor de R$ 500 bilhões.