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População quilombola na Amazônia Legal representa 1,60% dos residentes

Pesquisa do Censo 2022 revela avanços na regularização fundiária e detalha distribuição da população quilombola no Brasil.

Escrito por
Redação
July 19, 2024
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Foto: Divulgação / IBGE

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (19) dados detalhados sobre a população quilombola no Brasil, com um foco especial na Amazônia Legal. Segundo o Censo 2022, foram contabilizadas 426.449 pessoas quilombolas nos municípios da Amazônia Legal, representando 1,60% da população residente total da região. Este número equivale a 32,11% da população quilombola em todo o Brasil.

DISTRIBUIÇÃO E REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

Os dados indicam que 80.899 quilombolas residem em territórios oficialmente delimitados na Amazônia Legal, correspondendo a 48,38% da população quilombola nacional em áreas delimitadas. Isso demonstra um avanço significativo na regularização fundiária na região em comparação com o restante do país. Enquanto 18,97% da população quilombola da Amazônia Legal reside em territórios delimitados, esse percentual é de apenas 12,59% no cenário nacional.

POPULAÇÃO QUILOMBOLA NO BRASIL

Em todo o país, a população quilombola é composta por 7.666 comunidades que habitam 8.441 localidades em 25 Unidades da Federação, totalizando aproximadamente 1,3 milhão de pessoas. O IBGE explica que a diferença entre o número de comunidades e localidades se deve ao fato de algumas comunidades estarem distribuídas em mais de uma localidade, refletindo uma história de resistência ao racismo e à violência.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

A maior parte das localidades quilombolas está concentrada na Região Nordeste, com 5.386 localidades (63,81% do total). O Maranhão lidera com 2.025 localidades, seguido pela Bahia, que apesar de ser segunda no ranking de localidades (1.814), possui a maior população quilombola do país, com 397 mil pessoas. Outras regiões com presença significativa são o Sudeste (14,75%) e o Norte (14,55%).

PARTICIPAÇÃO QUILOMBOLA NO CENSO

O Censo 2022 é o primeiro a coletar informações específicas de pessoas quilombolas, utilizando a autoidentificação dos entrevistados. O IBGE manteve diálogo constante com representantes quilombolas para garantir que a metodologia e a abordagem conceitual refletissem a organização dessas comunidades.

AVANÇOS E REFLEXÕES

O suplemento do Censo 2022 também traz informações sobre alfabetização e características dos domicílios quilombolas, proporcionando uma base para futuros estudos e debates sobre a diversidade territorial do Brasil. Segundo Fernando Damasco, gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas do IBGE, esses dados inauguram um novo conjunto de estudos sobre a organização espacial das comunidades quilombolas, destacando sua resistência histórica e diversidade.

O Censo 2022 revela não apenas a distribuição geográfica das comunidades quilombolas, mas também os avanços na regularização fundiária e os desafios ainda presentes na garantia de direitos e na preservação da identidade dessas comunidades.

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