Kim Ki-duck, vereador de Seul, está sob fogo cruzado após publicar um relatório no qual afirma que a crescente participação social das mulheres e seu papel dominante na sociedade estão ligados ao aumento do número de suicídios entre homens. Segundo ele, a mudança para uma “sociedade dominada por mulheres” tem contribuído para uma escassez de mão de obra masculina e dificuldades para os homens encontrarem parceiras para casamento.
Os comentários absurdos de Kim, baseados em seu próprio ponto de vista pessoal, foram criticados por muitos como infundados e potencialmente prejudiciais para as mulheres. Especialistas, como a professora Jang Sook-rang da Universidade Chung-Ang, destacam que a taxa de suicídio entre homens sempre foi alta, independentemente da participação crescente das mulheres na sociedade sul-coreana.
Para Lee Min-ah, professora de sociologia da mesma universidade, a solução não reside em “superar a sociedade dominada por mulheres”, mas sim em romper com os papéis de gênero patriarcais que limitam tanto homens quanto mulheres.
A declaração machista surge em um contexto onde a Coreia do Sul registra a maior taxa de suicídios entre os países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com um índice de 25,2 mortes por 100 mil pessoas em 2022, o dobro da média da organização.