O Brasil permaneceu com pontuações estáveis em Matemática, Leitura e Ciências no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2022, conforme divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) nesta terça-feira (5). No entanto, o cenário educacional revela desafios significativos, com menos de 50% dos alunos alcançando o nível mínimo de aprendizado em Matemática e Ciências.
Em 2022, o país registrou 379 pontos em Matemática, 410 em Leitura e 403 em Ciências, comparados aos resultados de 2018: 384 em Matemática, 413 em Leitura e 404 em Ciências. O relatório destaca a estabilidade nas médias, com pequenas flutuações ao longo do tempo.
A avaliação do Pisa, aplicada a cada três anos, englobou 690 mil estudantes de 81 países, incluindo 10.798 alunos brasileiros de 599 escolas. Embora o Brasil tenha mantido pontuações abaixo da média da OCDE nas três disciplinas, com 472 pontos em matemática, 476 em leitura e 485 em ciências, o país enfrenta um atraso significativo de pelo menos quatro anos em matemática em relação aos membros da organização.
No ranking global, o Brasil ocupa a 64ª posição em matemática, 53ª em leitura e 61ª em ciências, ficando atrás de países latino-americanos como Chile, Uruguai, México e Costa Rica.
Na análise detalhada, apenas 27% dos alunos brasileiros atingiram o nível mínimo de aprendizado em matemática, enquanto apenas 1% alcançou os níveis mais altos (5 ou 6). Em leitura, metade dos estudantes obteve o nível 2 ou mais, ficando abaixo da média da OCDE. Em ciências, cerca de 45% atingiram o nível 2, com apenas 1% apresentando desempenho superior.
O relatório aponta que a pandemia de covid-19 pode ter influenciado os resultados, mas não é a única causa. Outros países também enfrentaram quedas no desempenho antes da pandemia. Singapura liderou as pontuações em todas as disciplinas, destacando a necessidade de abordar questões de longo prazo nos sistemas educativos. Em quatro locais, houve melhora nas três disciplinas entre 2018 e 2022: Brunei Darussalam, Camboja, República Dominicana e Taipé chinês.