Um grupo de pesquisadores iniciou na terça-feira (20) uma expedição para buscar no fundo do Rio Negro, no Amazonas, em igarapés e outros ambientes na região, espécies pertencentes à ordem dos Gymnotiformes, conhecidos como peixes-elétricos. Além de identificar novas espécies, os pesquisadores pretendem contribuir para a conscientização e preservação da biodiversidade local.
A expedição faz parte do projeto Diversidade e Evolução de Gymnotiformes, coordenado por Naercio Menezes, professor do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZ-USP). Desde 2017, o projeto já resultou na descoberta e descrição de duas espécies de poraquê, em 2019.
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Segundo Menezes, o objetivo é mostrar a diversidade que existe e a ameaça que paira sobre o desaparecimento de espécies devido à construção de usinas hidrelétricas, queimadas, mineração e destruição da floresta.
A expedição, que conta com cerca de 20 pessoas, incluindo tripulação e pesquisadores, vai subir o rio partindo de Manaus até Santa Isabel do Rio Negro, e deve durar até 2 de março. Os pesquisadores utilizarão uma rede que vai arrastar no fundo do rio para coletar exemplares, além de realizar estudos moleculares para análise de DNA.
O projeto também descobriu que os peixes-elétricos, como os poraquês, fazem predação social, capturando presas em grupo. Esse comportamento, antes desconhecido, demonstra a complexidade e importância dessas espécies para o ecossistema amazônico.