Pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e da Universidade de São Paulo (USP) anunciaram a descoberta de uma nova espécie de peixe na Ilha da Trindade. O Acyrtus simon, nomeado em homenagem a Thiony Simon, doutor em biologia animal pela Ufes que faleceu em um mergulho durante seu pós-doutorado, é uma espécie de peixe-ventosa com cores em tons de rosa e possui o hábito de se fixar nos locais para evitar ser levado pela correnteza.
Essa descoberta foi fruto de diversas expedições e análises realizadas pelos pesquisadores do Centro de Biologia Marinha da USP e do Laboratório de Ictiologia (IctioLab) da Ufes, em colaboração com o Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a California Academy of Sciences, com o apoio da Marinha do Brasil.
O pequeno peixe de três centímetros é encontrado no raso, sempre próximo aos recifes vulcânicos da ilha, e possui uma ventosa que o ajuda a sobreviver no dinamismo do ambiente. Sua nadadeira pélvica é modificada, adaptando-se como uma ventosa, permitindo que o peixe se fixe ao substrato e não seja afetado pelas correntezas.
A Ilha da Trindade, localizada a uma grande distância do litoral brasileiro e de acesso restrito controlado pela Marinha, é um verdadeiro "paraíso" para pesquisas, segundo o biólogo João Luiz Rosetti Gasparini, um dos pesquisadores envolvidos nas descobertas. Ele destaca que toda a região é um potencial para novas descobertas, com uma grande diversidade de espécies endêmicas e possíveis áreas de estudo marinho e terrestre.
Além da descoberta da nova espécie de peixe, pesquisadores também têm realizado estudos inéditos na Ilha da Trindade, como a descoberta de rochas formadas por plásticos, o que serve como alerta para as possíveis consequências graves para o meio ambiente, especialmente para a vida marinha que depende do ecossistema da ilha.
