O estudo “Global Burden of Disease (GBD)”, que avalia a carga global de doenças em 204 países e territórios, trouxe uma mistura de boas notícias e grandes desafios. Publicado em maio na revista científica The Lancet, o levantamento coordenado pelo Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde da Universidade de Washington destaca um aumento de 49.4% no número de anos saudáveis perdidos devido a enfermidades ou morte precoce entre 2000 e 2021.
O relatório aponta para um crescimento significativo de indivíduos com fatores de risco metabólicos, como pressão alta, colesterol ruim elevado, altos níveis de glicose no sangue e índice de massa corporal elevado. Essas condições estão associadas a sobrepeso e obesidade, aumentando o risco de doenças como diabete, infarto e acidente vascular cerebral, afetando principalmente pessoas entre 15 e 49 anos.
“O estilo de vida pouco saudável é responsável pelo surgimento desses fatores de risco, que levam a doenças que poderiam ser prevenidas. Educação e políticas públicas têm como impactar positivamente a saúde global”, afirmou o doutor Michael Brauer, professor do Institute for Health Metrics and Evaluation, que coordenou o estudo.
O estudo também revelou progressos em áreas como saúde materna e infantil, saneamento básico e qualidade da água, graças a políticas públicas e ajuda humanitária em países pobres. Contudo, novos desafios emergem, como a poluição atmosférica, baixo peso ao nascer e mudanças climáticas.
Apesar dos muitos problemas, a entidade estima um aumento na expectativa de vida da população mundial em quase cinco anos até 2050, especialmente em nações de baixa renda. A previsão é de mais 4.9 anos para homens e 4.2 anos para mulheres. No entanto, esse aumento vem acompanhado de um crescimento no número de anos vividos com saúde precária.