Matérias
Política

O município de Itamarati terá apenas um candidato para prefeitura após decisão do PL

Cancelamento de convenção em Itamarati e impugnação em Anori podem levar a novas candidaturas únicas no estado.

Escrito por
Redação
August 25, 2024
Leia em
X
min
Compartilhe essa matéria
Foto: Internet

Uma decisão recente do Partido Liberal (PL) pode ter um impacto significativo nas eleições municipais do Amazonas, potencialmente reduzindo o número de candidaturas femininas e dobrando a quantidade de candidatos únicos a prefeituras no estado. A comissão estadual do partido decidiu cancelar a convenção municipal de Itamarati, localizada a 983 km de Manaus, que havia lançado Emilly Beatriz (PL) como candidata à prefeita em 5 de agosto.

A razão apresentada para o cancelamento, conforme ofício assinado pelo presidente estadual Alfredo Nascimento, é que Emilly Beatriz está “foragida da Justiça”. O documento detalha que há um processo em andamento, com mandados de prisão emitidos contra membros do diretório municipal, incluindo a própria Emilly. Diante desse cenário, Alfredo Nascimento interveio na Comissão Provisória de Itamarati e solicitou a anulação da convenção, aguardando agora a confirmação pela Justiça Eleitoral.

Caso essa anulação seja confirmada e o PL não apresente um substituto até 12 de setembro, o atual prefeito João Campelo (MDB) poderá se tornar o único candidato à prefeitura de Itamarati, dobrando o número de candidaturas únicas no Amazonas.

Outro caso semelhante ocorre em Anori, onde a Justiça Eleitoral indeferiu a candidatura de Raimundinho Barroso (PSDB) devido ao registro fora do prazo legal. Com isso, a cidade também pode ter apenas um candidato à prefeitura.

A anulação da candidatura de Emilly Beatriz reduz o número de mulheres concorrendo ao cargo de prefeita de 31 para 30, em 23 municípios do estado.

Crescimento de Candidaturas Únicas no Brasil

O cenário de candidaturas únicas não é exclusivo do Amazonas. No Brasil, o número de municípios com apenas um candidato a prefeito dobrou em comparação com as eleições de 2020. Este ano, 214 cidades têm apenas um concorrente, contra 108 há quatro anos. Esses números representam o maior índice de candidaturas únicas nas últimas sete eleições, desde o início dessa série histórica em 2000, conforme dados da Confederação Nacional de Municípios (CNM).

Paulo Ziulkoski, presidente da CNM, avalia que as dificuldades enfrentadas pelos candidatos em pequenas cidades, como falta de recursos, apoio técnico, burocracia e desafios jurídicos, são fatores que desestimulam a competição por prefeituras. A média populacional dessas cidades é de 6,7 mil habitantes, com o Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso liderando em número de candidaturas únicas.

Mato Queimado, no Rio Grande do Sul, é destaque por ter registrado candidaturas únicas à prefeitura por 20 anos consecutivos. Neste ano, pela primeira vez desde 2000, a cidade terá dois candidatos concorrendo ao cargo.

Além disso, o número total de candidaturas no Brasil caiu 20% em comparação com 2020, de 19,3 mil para 15,4 mil em 2024, conforme dados do CNM.

No items found.
Matérias relacionadas
Matérias relacionadas