<p>O termo chemsex, palavra que vem da expressão chemical sex (sexo químico em inglês), refere-se ao sexo sob influência de dr0gas psicoativas. </p>
<p>Essa prática vem se popularizando nos últimos anos, especialmente entre os homens gays e bissexuais.</p>
<p>Os aplicativos de relacionamentos estão contribuindo para o desenfreado crescimento da prática, entre eles, destacamos o Grindr, App voltado para o público gay masculino. </p>
<p>Nesse aplicativo, um dos usuários E.R.P, de 38 anos, que deu entrevista à revista Piauí, usou dois emojis para se identificar entre os participantes- um anel de diamantes e um foguete. Para os entendedores do Grindr, indicam que o usuário é adepto ao Chemsex- sexo químico. </p>
<p>O emoji de um anel de diamantes significa que o usuário gosta de fumar a metanfetamina em cachimbos transparentes , os pipes. Enquanto o emoji de foguete, significa que o usuário gosta de usar a dr0ga na forma injetável. E.R.P, ao usar os dois emojis, informava que topava fumar ou injetar o estimulante.</p>
<p><strong>Nesse caso, as dr0gas são consumidas para estimular a excitação, elas giram principalmente em torno de 3 substâncias, que são:</strong></p>
<ul><li>GBL (ou “ecstasy líquido”): um sedativo líquido com efeitos eufóricos, mais conhecido como GHB quando é transformado no corpo.</li><li>Mefedrona: um estimulante barato que diz aumentar a resistência. </li><li>E cristais de metanfetamina, que estimulam a excitação dos usuários.</li></ul>
<p>Em 2020, uma <a href="https://www.scielo.br/j/csp/a/jB5K8h7mwjC8dTWkYwjGMvg/?lang=pt" target="_blank" rel="noreferrer noopener">pesquisa foi realizada pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo</a>, esse estudo forneceu uma quantidade de informação a respeito do <em>chemsex</em>, principalmente durante a pandemia do coronavírus. O seu objetivo era permitir um melhor entendimento dos casos na pandemia e a redução dos riscos para as pessoas envolvidas na prática sexual.</p>
<p>O estudo mostra, entre outras coisas, que os homens que se relacionam sexualmente com outros homens e que moram no Brasil, têm 15 vezes mais chances de fazer sexo sob o efeito de dr0gas quando comparado aos que residem em Portugal, por exemplo.</p>
<p>Além disso, outras pesquisas identificaram os diversos usuários desses tipos de dr0gas e as suas práticas sexuais. Por um lado, temos aqueles que usam para fins de entretenimento (principalmente o ecstasy), em clubes, boates e raves, antes de terem relações sexuais; e, por outro lado, há os que consomem especificamente para a prática do <em>chemsex</em>.</p>
<h2><strong>Os perigos do chemsex</strong></h2>
<p>Além dos <a href="https://omens.com.br/blog/sexualidade/ist-saude-bucal/">risco de ISTs</a>, existem os riscos clínicos reais (neuropsicológicos, sociais etc.) para os usuários dessas dr0gas.</p>
<p>Os dados são alarmantes acerca dos riscos para a saúde sexual de quem pratica <em>chemsex</em>. As pesquisas destacaram grande relação entre as experiências de <em>chemsex</em> e o HIV: do lado das pessoas soropositivas e soronegativas.</p>
<ul><li>muitos dos soronegativos explicaram que se “protegeram” procurando parceiros com carga viral indetectável ou com a <a href="https://omens.com.br/blog/tratamentos/truvada/">PrEP</a>;</li><li>algumas pessoas soronegativas tornaram-se soropositivas devido ao compartilhamento de objetos durante o <em>chemsex</em>, como seringas, por exemplo;</li><li>às vezes a informação sobre a PrEP só chegou aos ouvidos da pessoa durante uma experiência de <em>chemsex</em>: isso alerta as autoridades sanitárias e de prevenção para o baixo nível de informação desses grupos</li></ul>
<p>Os <a href="https://omens.com.br/blog/tratamentos/cabotegravir/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Tratamentos como a PrEP</a> permitem para muitos se protegerem do HIV, mas não a proteção de <a href="https://omens.com.br/blog/sexualidade/gonorreia/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">outras ISTs</a>. Não pratique, se possível, mas vamos destacar algumas regras simples ao praticar o <em>chemsex</em>:</p>
<ul><li>utilizar sempre preservativos e, se necessário, um gel lubrificante adequado</li><li>conhecer os seus limites e respeitar os limites impostos pelo outro</li><li>estar atento aos medicamentos que se está tomando</li><li>tomar tratamentos preventivos tais como a PrEP (quando disponíveis), tendo em mente que você estará vulnerável a ISTs. </li><li>nunca partilhar agulhas e outros instrumentos com substâncias</li></ul>