O desemprego no Brasil recuou para 6,2% no trimestre encerrado em dezembro de 2024, mantendo-se estável em relação ao trimestre anterior (6,4%). No acumulado do ano, a taxa média foi de 6,6%, a menor da série histórica iniciada em 2012. Os dados foram divulgados ontem, sexta-feira (31), pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A melhora do mercado de trabalho resultou na redução de 1,1 milhão de pessoas no contingente de desocupados em 2024, totalizando 7,4 milhões — o menor patamar desde 2014. O número de trabalhadores empregados também atingiu um recorde, com 103,3 milhões de pessoas ocupadas, 2,6% acima de 2023.
O número de trabalhadores com carteira assinada aumentou 2,7% no ano, alcançando 38,7 milhões, o maior da série histórica. O contingente de empregados sem carteira também cresceu, chegando a 14,2 milhões, um aumento de 6%. Por outro lado, o número de trabalhadores domésticos caiu 1,5%, somando 6 milhões.
A informalidade seguiu em queda, com a taxa anual passando de 39,2% em 2023 para 39% em 2024. A população desalentada — aqueles que desistiram de procurar emprego — também diminuiu 11,2%, atingindo 3,3 milhões de pessoas.
O trabalho por conta própria bateu recorde, com 26,1 milhões de brasileiros atuando desta forma, um crescimento de 1,9% em relação a 2023. Desde 2012, o aumento nesse segmento foi de 29,5%.
Rendimento
O rendimento médio real habitual do trabalhador chegou a R$ 3.225 em 2024, um crescimento de 3,7% em relação a 2023, superando o recorde anterior de 2014 (R$ 3.120). A massa de rendimento real também atingiu seu maior nível histórico, somando R$ 328,9 bilhões, um aumento de 6,5% no ano.
A coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, destacou que os ganhos nos últimos anos refletem uma recuperação pós-pandemia e o fortalecimento do mercado de trabalho.
“A expansão do rendimento abrangeu tanto trabalhadores formais quanto informais, contribuindo significativamente para o crescimento da massa salarial”, afirmou.
Expansão no setor de serviços e construção
No último trimestre de 2024, a expansão da ocupação ocorreu principalmente nos setores de construção (+4,4%), transporte e armazenagem (+5,0%) e alojamento e alimentação (+3,9%). Já a agricultura apresentou queda de 2,4%.
Na comparação com o mesmo trimestre de 2023, sete setores registraram crescimento na ocupação, com destaque para indústria (+3,2%), comércio (+2,8%), transporte (+5,2%) e administração pública (+3,8%).
A PNAD Contínua é a principal pesquisa sobre a força de trabalho no Brasil, realizada trimestralmente pelo IBGE. A próxima divulgação, referente ao trimestre encerrado em janeiro, será em 27 de fevereiro.