Após 70 dias de restrição à navegação fluvial devido à seca histórica no Amazonas, navios cargueiros voltaram a atracar em Manaus, marcando um momento de retomada na logística fluvial do estado. As operações aconteceram no Porto Chibatão, localizado no bairro Colônia Oliveira Machado, zona Sul da capital amazonense. Na noite de terça-feira (26), o porto recebeu o navio Mercosul Suape, trazendo mais de 300 contêineres com insumos para abastecer o comércio e a indústria local. Nesta quarta (27), o navio Jacarandá, da Log-In, também é esperado para atracar no porto.
A estiagem registrada em 2024 é a maior da história, com o nível do rio Negro atingindo a marca de 12,11 metros de mínima no mês de outubro. Esse é o menor nível em 120 de medição. Hoje (27), a marca registra 14,28 metros, segundo o Porto de Manaus.
O secretário-executivo da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Gustavo Igrejas, disse que a retomada das operações foi possibilitada pela recente subida dos rios, complementada por obras de dragagem e pela instalação de píeres provisórios.
“Os portos provisórios que foram colocados em Itacoatiara impediram que a gente tivesse uma paralisação como nós tivemos em 2023, de chegada e saída de mercadoria aqui da Zona Franca de Manaus. Então, é muito importante a chegada desse primeiro navio e a estiagem vai ficando para trás, a gente vai voltando à nossa normalidade”, enfatizou Igrejas.
O diretor-executivo geral do Grupo Chibatão, Jhony Fidelis, ressaltou a importância da união de esforços para superar os desafios da estiagem.
“A gente conseguiu garantir que o nosso estado, tanto o comércio quanto a indústria, não ficassem desabastecidos. Então, o Píer Provisório foi essencial para esse processo. A continuidade disso é a subida dos rios para que os navios pudessem chegar até Manaus. Então, o navio da Mercosul chegou ontem e começou a operar, ou seja, o navio passou direto”, finalizou.
Entenda o cenário
Durante o período crítico da seca, os navios que abasteceram o estado precisaram atracar em píeres provisórios em Itacoatiara. A carga era então transportada em embarcações menores até Manaus, evitando o desabastecimento da região. Com a normalização das condições fluviais, as operações diretas em Manaus estão sendo retomadas gradualmente.
Até o momento, mais de 57 mil contêineres foram movimentados nos píeres provisórios, com 40 navios operando de forma bem-sucedida. Fidelis também mencionou que há um estudo em andamento para avaliar a possibilidade de tornar os píeres provisórios permanentes em Itacoatiara, considerando o custo e a viabilidade de uso durante todo o ano.