Enquanto no Brasil casamentos muitas vezes significam despesas altas, na Coreia do Sul, os casais podem receber até US$ 85 mil (aproximadamente R$ 480 mil) para namorar, noivar e casar. Esse incentivo faz parte de um projeto piloto lançado no distrito de Saha, em Busan, a segunda maior cidade do país, com o objetivo de enfrentar a crise demográfica gerada pela baixíssima taxa de natalidade, a menor do mundo.
O projeto, que começa em outubro de 2024, oferecerá um apoio financeiro escalonado aos casais em cada etapa do relacionamento. Para começar, homens e mulheres que participarem de um evento de encontros promovido pelo governo receberão cerca de US$ 604 (R$ 3,4 mil). Se o relacionamento avançar para namoro e os planos de casamento forem definidos, mais US$ 1.200 (R$ 6,7 mil) serão concedidos ao casal.
No momento do casamento, o governo presenteia os noivos com cerca de US$ 24 mil (R$ 135 mil), além de oferecer um depósito de US$ 36 mil (R$ 202 mil) para compra de uma casa ou um auxílio mensal de US$ 960 (R$ 5,4 mil) para o aluguel, válido por cinco anos.
No total, o casal que completar todas as etapas do processo pode receber entre US$ 64 mil (R$ 360 mil) e US$ 85 mil (R$ 480 mil). O governo sul-coreano planeja expandir o programa se o piloto for considerado um sucesso.
Os participantes devem ter entre 24 e 43 anos, morar ou trabalhar em Saha e passar por um processo de triagem e entrevista. Por enquanto, o programa está disponível apenas para coreanos natos, mas a partir de 2025, estrangeiros que vivem ou trabalham na região poderão participar.
O chefe do distrito de Saha, Lee Gap-jun, destacou a importância do projeto para enfrentar a queda populacional:
“Este projeto foi criado para superar a crise demográfica em meio à baixa taxa de natalidade da Coreia do Sul, formando uma comunidade local multicultural no futuro. Com o declínio da população se tornando mais evidente, há uma forte determinação para levar adiante este projeto”.
Em 2023, a taxa de fertilidade da Coreia do Sul atingiu um recorde negativo, com uma média de apenas 0,72 filhos por mulher, muito abaixo dos 2,1 necessários para manter a população atual de 51 milhões. Com este novo programa, o governo sul-coreano espera reverter essa tendência e incentivar a formação de novas famílias no país.