Após a repercussão de uma possível aliança entre o PT e o PL na eleição para a presidência da Câmara Municipal de Manaus (CMM), o vereador eleito Zé Ricardo, do PT, questionado pelo Diário da Capital, afirma que o apoio à candidatura de Rodrigo Guedes (PP) à Mesa Diretora não representa uma união ideológica entre os partidos, mas sim um compromisso com o bom andamento dos trabalhos no plenário.
À reportagem, o petista destacou ainda que a prioridade, no momento, é garantir apenas que a CMM desempenhe de maneira efetiva o papel de fiscalização do Executivo, sem subordinação a interesses partidários.
“Eu considero que é importante a CMM ser o poder efetivo de fiscalização do poder executivo, ou seja, legislar e fiscalizar, essa é a função dos vereadores e, portanto, do poder legislativo. Acho que temos que insistir nisso, pois o orçamento da Prefeitura no ano que vem é de R$ 10,5 bilhões. A Mesa Diretora tem que fazer os encaminhamentos e as discussões através das Comissões”, afirmou Zé Ricardo.
Questionado sobre a relação com Sargento Salazar, do PL, o parlamentar reforçou que o diálogo entre ele e outros parlamentares, como Rodrigo Guedes, não envolve questões partidárias.
“Esse é um diálogo entre vereadores, não é uma discussão partidária. Aqui não se trata de nenhuma aliança, o PT, PL, PP ou outro partido. Acho que são os vereadores que defendem o parlamento. O PT defende que a gente tenha uma cidade onde a população seja respeitada, e que enfatize políticas públicas, principalmente na área de saúde, onde a população sofre muito. É isso que vamos estar defendendo, independentemente de questão partidária”, explicou.
Zé Ricardo também mencionou que, caso Rodrigo Guedes não fosse candidato, ele próprio consideraria a possibilidade de se candidatar à presidência da CMM para garantir que as propostas em defesa da população fossem levadas adiante.
Procurado pela reportagem, o vereador Sargento Salazar, do Partido Liberal, não se manifestou até o momento.
Independência da CMM
Por sua vez, Rodrigo Guedes, que concorre à eleição da Mesa Diretora contra David Reis (Avante), também questionado sobre a possibilidade de colaboração entre vereadores de diferentes espectros ideológicos, reforçou que o foco é garantir uma Câmara Municipal independente.
“A premissa de ambos foi garantir que a CMM seja independente do Executivo e não tenha um presidente ‘pau mandado’ do prefeito [David Almeida]. O que vai ser discutido é o papel da CMM em relação ao Executivo e sua função de fiscalizar. A gestão não tem que ser baseada em questão ideológica”, afirmou Guedes.
Mais cedo, o prefeito David Almeida (Avante), que defende o vereador David Reis, chegou a criticar a presidência anterior, afirmando que a Mesa Diretora, sob a liderança de Caio André (União Brasil), estava sendo hostil ao Executivo e prejudicava a cidade. Almeida afirmou que se tivesse direito a voto, escolheria Reis para a presidência.
“Devemos ter condição de governabilidade na Câmara Municipal, com uma Câmera menos hostil, porém independente (…) Se eu pudesse votar era no David (Reis). O que estava acontecendo é que a Câmara presidida da forma que estava sendo estava querendo inviabilizar o Executivo. Isso prejudicou a cidade de Manaus”, declarou.
Eleição para a Mesa Diretora
A eleição para a presidência da Câmara Municipal de Manaus (CMM) ocorrerá no dia 1º de janeiro de 2025, logo após a posse dos 41 vereadores eleitos nas urnas neste ano.
Além da definição do novo presidente da Casa Legislativa, será realizada também a composição da Mesa Diretora, que terá um papel crucial na condução dos trabalhos do plenário nos próximos quatro anos.
Rodrigo Guedes, vereador eleito, disputará a presidência com o vereador David Reis (Avante), que já conta com o apoio de um grupo significativo de parlamentares eleitos e reeleitos.