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Mistério da COVID-19: Por que algumas pessoas nunca contraíram o vírus?

Escrito por
Redação
July 05, 2024
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Foto: Internet

Durante a pandemia, uma das principais questões era por que algumas pessoas escapavam da COVID-19, enquanto outras contraíam o vírus várias vezes. Um estudo inovador, resultado de uma colaboração entre o University College London, o Wellcome Sanger Institute e o Imperial College London, no Reino Unido, buscou responder a essa pergunta através do primeiro “ensaio de desafio” controlado para COVID-19 no mundo.

Metodologia Inovadora

Nesse estudo, voluntários saudáveis e não vacinados, sem histórico prévio de COVID-19, foram deliberadamente expostos a uma dose extremamente baixa da cepa original do SARS-CoV-2 através de um spray nasal. Os participantes foram monitorados de perto em uma unidade de quarentena, com testes regulares e coleta de amostras para estudar suas respostas ao vírus em um ambiente controlado e seguro.

Descobertas Surpreendentes

As amostras de tecido e sangue coletadas antes e depois da exposição ao vírus foram analisadas com tecnologia de sequenciamento de célula única (single-cell sequencing). Isso permitiu aos pesquisadores acompanhar a evolução da doença em detalhes sem precedentes.

Para surpresa dos cientistas, nem todos os voluntários expostos ao vírus testaram positivo para COVID-19. Os participantes foram divididos em três grupos distintos de infecção:

  • Grupo de Infecção Sustentada: Seis voluntários desenvolveram COVID-19 leve, testando positivo por vários dias com sintomas semelhantes aos de um resfriado.
  • Grupo de Infecção Transitória: Três voluntários tiveram testes virais positivos intermitentes e sintomas limitados.
  • Grupo de Infecção Abortada: Sete voluntários não testaram positivo nem desenvolveram sintomas.

Respostas Imunes Distintas

Apesar das diferenças nos resultados de infecção, todos os participantes compartilharam algumas respostas imunes específicas. No grupo de infecção transitória, foi observado um acúmulo imediato de células imunes no nariz um dia após a infecção, enquanto no grupo de infecção sustentada a resposta foi mais tardia, começando cinco dias após a infecção.

Descobertas Genéticas

O estudo identificou um gene específico, chamado HLA-DQA2, expresso em um nível muito mais alto nos voluntários que não desenvolveram uma infecção sustentada, sugerindo que poderia ser usado como marcador de proteção contra a COVID-19.

Implicações Futuras

Essas descobertas preenchem lacunas importantes no conhecimento sobre como nossos corpos reagem a novos vírus, especialmente nos primeiros dias de infecção. O estudo tem implicações significativas para futuros tratamentos e desenvolvimento de vacinas, podendo ajudar a induzir proteção e a desenvolver vacinas mais eficazes para futuras pandemias.

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