De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil em média 100,38 mulheres negras morrem a cada 100 mil nascidos vivos. Em comparação, a morte de mães brancas é de 46,56.
Em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a pesquisa “Nascer no Brasil II: Inquérito Nacional sobre Aborto, Parto e Nasciento” aponta que as principais causas de morte no parto, e de suas complicações, até 42 dias depois, são: pré-natal tardio, doenças, gestação precoce, local de internação e peregrinação para realização do parto.
Dados específicos
Morte por pré-natal tardio: 13,4% das mulheres pretas e pardas iniciam o acompanhamento de forma tardia, enquanto o índice é de 9,1% em mulheres brancas.
Doenças na gestação: O número de hipertensão grave em mulheres pretas é de 58,5%, em pardas 54,8%, e em brancas 50,1%. Já o percentual de pré-eclâmpsia grave em mulheres pretas é 26,5%, pardas 25% e 116,9% brancas.
Gestação precoce: Mulheres pretas e pardas têm entre 10 e 19 anos, representando 15,9% e 13,8% das mortes, respectivamente. A gravidez em mulheres brancas acontece, em sua maioria, a partir dos 35 anos.
Local de internação: Pretas e pardas fazem internação em hospitais públicos, na maior parte dos casos, sendo 66,9% e 63%, brancas 55,2%.
Com esses dados, o Brasil assumiu um compromisso com a Organização das Nações Unidas (ONU) para reduzir o índice de mortes para 30 mulheres a cada 100 mil nascidos vivos.
Uma das medidas é a construção de 30 maternidades e 30 centros de parto normal, previstos no Novo Pac, com investimento de mais de R$ 30,5 bilhões até 2027.