O ministério investiga uma morte em Santa Catarina e está analisando se quatro casos de interrupção de gestação e dois de microcefalia em bebês têm relação com a doença, nos estados de Pernambuco, Bahia e Acre. Foi descartada a relação da febre oropouche com uma morte no Maranhão.
No último dia 11, o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica a todos os estados e municípios, recomendando o reforço da vigilância em saúde sobre a possibilidade de transmissão vertical do vírus. Com a nota técnica, o ministério pretende também orientar a sociedade sobre a arbovirose.
A medida foi adotada após o Instituto Evandro Chagas detectar a presença do genoma do vírus em um caso de morte fetal e de anticorpos em amostras de quatro recém-nascidos com microcefalia. No entanto, o ministério destacou que não há evidências científicas consistentes sobre a transmissão do vírus Orov da mãe infectada para o bebê durante a gestação e nem sobre o efeito da infecção sobre malformação de bebês ou aborto.
AUMENTO DE CASOS
Este ano, já foram registrados 7.236 casos de febre oropouche em 20 estados. A maior parte foi identificada no Amazonas e em Rondônia. Desde 2023, a detecção de casos da doença no Brasil foi ampliada por meio de testes de diagnóstico na rede pública em todas as regiões.
SOBRE A FEBRE OROPOUCHE
A febre oropouche é uma doença viral transmitida principalmente pelo mosquito maruim (Culicoides paraensis) e por espécies do mosquito Culex. No Brasil, o vírus foi isolado pela primeira vez em 1960.
Os sintomas da febre oropouche podem ser confundidos com os da dengue e incluem febre de início súbito, cefaleia (dor de cabeça), mialgia (dor muscular) e artralgia (dor articular). Outros sintomas como tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos também são relatados. Os sintomas duram cerca de dois a sete dias, mas até 60% dos pacientes podem apresentar recorrência dos sintomas após uma a duas semanas das manifestações iniciais.
Até o momento, não há tratamento específico para a febre oropouche, e a terapia atual apenas alivia os sintomas. A maioria das pessoas tem evolução benigna e sem sequelas, mesmo nos casos mais graves.