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Lula cobra ajuda de países ricos em combate ao desmatamento

Lula citou a necessidade de fomentar o desenvolvimento de uma indústria verde nos países que ainda possuem florestas tropicais

Escrito por
Rhyvia Araujo
May 07, 2023
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<p>Neste sábado, 6, durante conversa com a imprensa em Londres, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou a necessidade de os países ricos injetarem recursos e que saiam da promessa em colaborar na preservação das florestas tropicais do planeta, incluindo a Amazônia. O presidente esteve em Londres para participar a coroação do Rei Charles III.</p>

<p>"O problema é que todos os países ricos, desde a COP15, que eu participei quando era presidente, em 2009, prometem dinheiro, prometem fundo, mas a verdade é que esse fundo de R$ 100 bilhões nunca aparece", afirmou. Além disso, o presidente garantiu que levará essa discussão aos principais fóruns globais que envolvam os países ricos. "Eu vou levar essa conversa pro G7, vou levar para o G20 e vou para os Brics [Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul], que vamos presidir no ano que vem. E vamos presidir o G20 [em 2024]", prometeu.</p>

<p>No início da coletiva de imprensa, Lula lembrou que, somente do lado brasileiro, mais de 25 milhões de pessoas vivem na Amazônia e que precisam de alternativas econômicas para colaborarem na preservação da floresta. "Nós precisamos levar em conta que, só do lado brasileiro, moram 25 milhões de pessoas, e elas querem ter acesso a bens materiais, querem comer, querem passear. Então, nós precisamos, ao discutir a preservação, discutir como fazer essas pessoas viverem dignamente", observou.</p>

<h2><strong>Indústria verde e desenvolvimento</strong></h2>

<p>O presidente citou a necessidade de fomentar o desenvolvimento de uma indústria verde nos países que ainda possuem florestas tropicais. Segundo Lula, os países mais ricos que se industrializaram há dois séculos precisam ajudar países periféricos a protegerem a sua biodiversidade sem sacrificar as suas condições econômicas.</p>

<p>"Obviamente que os países que ainda têm floresta estão dispostos a fazer um esforço muito grande", pontuou o presidente e seguiu afirmando: “ao discutir a preservação das florestas, precisamos discutir também uma vida digna de quem vive na região. Podemos criar uma indústria verde para, além de não poluir, gerar recursos para o desenvolvimento. É importante levar muito a sério a questão climática”, disse o presidente.</p>

<p>Lula também citou a necessidade de um compromisso para que os acordos firmados nas principais conferências do clima tenham efetividade real. Para ele, é necessário que haja mais representatividade de América Latina, África e Ásia. Outro ponto estratégico, segundo o presidente, é a necessidade de se repensar o poder de veto dos integrantes do Conselho de Segurança da ONU, bem como a participação de outros países nessa instância — dentre eles, o Brasil.</p>

<p>“Se a gente deixar para que essa decisão seja cumprida a partir da decisão dos estados nacionais, ela não acontece. Porque muitas vezes os congressos não aprovam, os empresários não querem”, apontou Lula, que voltou a defender que a Cop 30 ocorra no Brasil, em Belém (PA), capital de um dos estados amazônicos.</p>

<h2><strong>Reino Unido</strong></h2>

<p>O presidente brasileiro fez questão de registrar o potencial de retomada da relação comercial bilateral com o Reino Unido. “Chegamos a ter um fluxo de 8,6 bilhões de dólares. E agora caímos para pouco mais de 6 bilhões de dólares.”, disse o presidente.</p>

<p>Para estreitar esse relacionamento e trazer dinamismo entre Londres e Brasília, o presidente anunciou um Grupo de Trabalho de ambos países para discutir interesses em comum e pautas de negócios entre os dois mercados.</p>

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