Lançado originalmente em 1970, “Let it Be”, o último filme dos Beatles, foi visto como um triste adeus da maior banda de rock de todos os tempos. Filmado em 1969, durante as gravações do álbum de mesmo nome, o longa chegou aos cinemas pouco depois de a banda anunciar sua separação.
Após décadas de ausência nos formatos modernos de mídia, “Let it Be” agora está disponível no Disney+, oferecendo aos fãs uma visão renovada desses momentos históricos.
Marcelo Fróes, pesquisador musical especializado nos Beatles, destaca a importância do relançamento. “É surpreendente que um filme tão importante tenha permanecido inédito por tanto tempo”, comenta Fróes, lembrando-se das poucas versões limitadas em VHS e videolaser disponíveis anteriormente.
O filme foi recentemente restaurado por Peter Jackson, diretor de “O Senhor dos Anéis”, que também criou o documentário “The Beatles: Get Back” (2021) a partir de horas de filmagens feitas para “Let it Be” pelo diretor original, Michael Lindsay-Hogg. Com aprimoramentos técnicos em som e imagem, a nova versão revela detalhes antes imperceptíveis, até mesmo para os especialistas.
Paulo Henrique Fontenelle, documentarista e fã dos Beatles, elogia a atualização tecnológica. “Além do som melhorado, temos legendas que ajudam a entender o sotaque de Liverpool, que nem sempre é simples”, diz ele. “Ver as cores mais nítidas e a imagem restaurada é uma alegria. É interessante notar como 'Let it Be' tem uma atmosfera mais sombria em comparação com 'Get Back', refletindo a visão de Lindsay-Hogg”.
Embora não tenha sido criado para documentar o fim dos Beatles, “Let it Be” capturou as tensões entre os membros da banda. Originalmente planejado para ter mais de duas horas, o filme foi reduzido a uma hora e vinte minutos devido a intervenções dos próprios Beatles