De acordo com um estudo realizado por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o jaraqui, um dos peixes mais consumidos da região, corre o risco de desaparecer, devido à sua pesca exagerada.
A pesquisa recomenda que a espécie, responsável por 93% das capturas pesqueiras na Amazônia Central, entre na lista de defeso, ou seja: criar um período adequado de pesca para equilibrar os danos causados ao peixe.
DEFESO
O início do defeso é estabelecido durante o período reprodutivo das espécies e acontece anualmente. Segundo o Decreto Federal nº 6.514/2008, a multa para quem estiver pescando, transportando, comercializando ou armazenando os animais ainda sob restrição de pesca durante o período do Defeso, vai de R$ 700 a R$ 100 mil, com acréscimo de R$ 20 por quilograma ou fração do produto da pescaria.
A primeira migração é para reprodução no início da cheia. A espécie sai de afluentes pobres em nutrientes (águas pretas e claras) para rios de águas turvas (águas brancas) a jusante em cardumes compactos e grandes de adultos e subadultos para desovar no encontro com o rio principal, onde as águas são turvas e ricas em nutrientes. Os ovos e as primeiras larvas são transportados passivamente pelas correntes para viveiros que são ricos em alimentos e fornecem refúgio contra predadores.
No Amazonas, já fazem parte da lista de defeso aruanã, caparari, mapará, matrinxã, pacu, pirapitinga, sardinha e surubim.
PESQUISADORES
A análise é assinada pelos pesquisadores Ingrid Nunes, Kelmer Passos (egressos da Ufam), Aline Ximenes (Inpa) e os professores do Instituto de Ciências Biológicas da
Universidade Federal do Amazonas (ICB/Ufam), Izeni Pires Farias e Tomas Hrbek, ambos do departamento de Genética do ICB.