O Amazonas perdeu um de seus maiores expoentes da literatura e do teatro. O jornalista, escritor e dramaturgo Márcio Souza faleceu na manhã desta segunda-feira, 12 de agosto, aos 78 anos.
Márcio Souza, que sofria de diabetes, foi vítima de um infarto. Ele chegou a ser atendido no Serviço de Pronto Atendimento do São Raimundo, mas infelizmente não resistiu. Nascido em Manaus, Souza era filho de um operário gráfico e de uma dona de casa, e desde cedo demonstrou paixão pela literatura, um gosto herdado de seu pai.
Sua carreira começou ainda na adolescência, quando escreveu críticas para jornais de Manaus. Aos 17 anos, mudou-se para São Paulo para estudar Ciências Sociais na Universidade de São Paulo (USP), onde começou a escrever roteiros e trabalhar na produção e direção de filmes. Seu primeiro livro, “O Mostrador de Sombras”, foi publicado em 1967, quando tinha apenas 21 anos.
Além de sua carreira literária, Márcio Souza também deixou uma marca indelével no teatro amazonense, especialmente como diretor do Teatro Experimental do SESC na década de 1970. Suas obras no teatro, como “A Paixão de Ajuricaba” e “As Folias do Látex”, são lembradas até hoje por sua relevância cultural.
Em março de 2024, um documentário sobre sua vida, intitulado “Se Não Me Engano Márcio Souza – Arte & Literatura Amazonense”, foi lançado e exibido no Teatro Amazonas. O filme, dirigido por Sérgio Cardoso, explora a vida e obra de Souza, celebrando sua contribuição para a literatura e cultura amazonense.
Márcio Souza deixa um legado de obras como “Galvez, o Imperador do Acre”, “Mad Maria” e “Amazônia Indígena”, que continuarão a influenciar gerações futuras. A Academia Amazonense de Letras, da qual ele era membro, emitiu uma nota de pesar, destacando a perda inestimável para a cultura do estado e do país.
