O Índice Big Mac, criado em 1986 pela revista The Economist, tem se tornado uma referência mundial ao medir as variações das taxas de câmbio e apontar a paridade do poder de compra em diferentes países. De acordo com o levantamento realizado em junho deste ano, o real brasileiro está 13,7% desvalorizado em relação ao dólar norte-americano.
Segundo o Índice Big Mac, a taxa de câmbio real deveria estar cotada em R$ 4,10, em vez dos R$ 4,76 medidos na ocasião. Essa desvalorização da moeda brasileira é indicada pela diferença entre os preços do famoso lanche em diferentes países. Enquanto no Brasil o consumidor pagava, em média, R$ 22,90 por um Big Mac, nos Estados Unidos o preço é de US$ 5,58.
Além disso, baseado nas diferenças do Produto Interno Bruto (PIB) por pessoa, o Índice Big Mac sugere que o lanche deveria custar 17,8% a menos no Brasil. O país ocupa a 15ª posição entre os países com maior desvalorização em relação ao dólar.
Outros países também são avaliados pelo índice. Na Suíça, um Big Mac custa 6,70 francos suíços, enquanto nos Estados Unidos o preço é o mesmo US$ 5,58. A diferença entre a taxa de câmbio real, 0,87, sugere que o franco suíço está 38,5% sobrevalorizado.
No caso da Noruega, o lanche custa, em média, 70 coroas norueguesas, o que indica que a moeda do país está 24% sobrevalorizada em relação ao dólar. Já no Uruguai, um Big Mac custa 259 pesos, mostrando que o peso uruguaio está 22,9% sobrevalorizado.
Curiosamente, mesmo enfrentando uma grande crise financeira, a Argentina tem um Big Mac 7,4% mais barato do que nos Estados Unidos.
O Índice Big Mac é uma ferramenta para compreender se as moedas estão em seu nível "correto" e indica que as taxas de câmbio são determinadas pelo valor dos bens que as moedas podem comprar. Dessa forma, as diferenças nos preços locais podem sugerir qual deveria ser a taxa de câmbio ideal entre os países analisados.
