Hoje, 5 de setembro, Dia da Amazônia, a Arquidiocese de Manaus realiza a 30ª edição do Grito dos Excluídos, com concentração marcada para as 15h na Praça da Saudade e uma caminhada até a Praça da Matriz. O evento, de caráter ecumênico e interreligioso, destaca este ano as urgências da saúde pública no Amazonas, além de outras demandas sociais como educação, segurança e os direitos dos povos tradicionais.
Para o bispo auxiliar de Manaus, dom Zenildo Lima, o Grito dos Excluídos não se trata apenas de um manifesto, mas de uma “expressão da resistência das forças organizadas” em meio a um contexto social e político alarmante. Segundo ele, o movimento reflete a “capacidade de resistência” diante do comprometimento dos processos democráticos e a crescente exclusão social, frisando a necessidade de ações em prol do bem viver e da cidadania.
A edição deste ano também se alinha com o tema da Campanha da Fraternidade, “Fraternidade e Amizade Social”, abordando a fragilidade da vida humana e a cultura do descarte. “Muitas vidas são consideradas descartáveis dentro da lógica de mercado e consumo”, afirmou dom Zenildo, destacando o sofrimento das populações marginalizadas, como migrantes, pessoas em situação de rua, indígenas e a comunidade LGBT.
O evento é coordenado pela Caritas Arquidiocesana de Manaus, cujo vice-presidente, padre José Alcimar Araújo, destacou que o Grito nunca deixou as ruas e praças. Ele denunciou o retrocesso nos direitos sociais, afirmando que “muita coisa precisa ser mudada” e alertou sobre o avanço do crime organizado nas periferias de Manaus.
A caminhada, que acontece em um dos pontos mais movimentados da cidade, promete mobilizar diversas forças sociais, reafirmando a luta pela dignidade e pelos direitos básicos da população.