A ginástica artística do Brasil alcançou um feito histórico nesta terça-feira (30) ao conquistar a medalha de bronze na final por equipes dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Este é um marco significativo, pois o país nunca havia conquistado uma medalha em uma das provas mais prestigiadas da modalidade, além do individual geral.
Antes, o Brasil possuía seis medalhas olímpicas na ginástica artística, todas em provas individuais, com destaques como o ouro de Arthur Zanetti nas argolas em Londres-2012 e a vitória de Rebeca Andrade no salto em Tóquio-2020.
Com essa conquista, o Brasil entra no seleto grupo das potências da ginástica artística, ao lado de países como Estados Unidos, China, Rússia, Romênia e Grã-Bretanha, que têm subido ao pódio nessa prova nos últimos 20 anos.
Os Estados Unidos conquistaram o ouro com uma pontuação de 171.296, seguidos pela Itália com 165.494 pontos. O Brasil somou 164.497 pontos, garantindo o bronze. A conquista foi ainda mais impressionante considerando que a equipe começou a competição nos aparelhos de menor desempenho, mas conseguiu uma virada espetacular no salto, o último aparelho.
A PROVA
Logo no aquecimento, Flávia Saraiva sofreu uma queda ao fazer uma passagem da barra alta para a baixa nas paralelas, abrindo o supercílio. Após receber um curativo, ela voltou para a competição. Lorrane Oliveira, que competiu apenas nas paralelas, abriu a sequência do Brasil com uma nota de 13.000. Flávia, mesmo sem se aquecer, obteve 13.666, e Rebeca Andrade, com uma série impressionante, marcou 14.533, colocando o Brasil em quinto lugar nessa rotação.
Na trave, as dificuldades continuaram quando Júlia Soares, que havia se destacado na classificatória, caiu durante sua apresentação, somando apenas 12.400 pontos. Flávia, que havia caído na classificatória, desequilibrou-se, mas manteve-se no aparelho, marcando 13.433 pontos. O Brasil solicitou uma revisão da nota, mas sem sucesso. Rebeca encerrou a rotação com uma série forte, mas com desequilíbrio, conseguindo 14.133 pontos. As quedas das estrelas Zhou Yaqin, da China, e Jordan Chiles, dos Estados Unidos, ajudaram o Brasil a manter-se na disputa, terminando essa rotação em sexto lugar.
No solo, aparelho em que o Brasil é altamente competitivo, Júlia abriu com 13.233, Flávia marcou 13.533 e Rebeca arrasou com 14.200, mantendo o Brasil na sexta posição.
A última rotação, no salto, contou com Jade Barbosa, Flávia e Rebeca. Jade, a ginasta mais experiente da equipe, foi fundamental ao longo da competição, ajudando na preparação e mantendo o espírito positivo. Ela executou um bom salto, mas colocou os dois pés fora da área de aterrissagem, obtendo 13.366 pontos. Flávia executou um Yurchenko com dupla pirueta e, apesar de um leve desequilíbrio na aterrissagem, conseguiu 13.900 pontos. Rebeca encerrou com um Cheng espetacular, recebendo a nota de 15.100.
A ginástica artística feminina do Brasil registrou seu melhor desempenho em Paris-2024, destacando-se pelo número de finais (sete). A próxima final será a do individual geral, com Rebeca e Flávia, no dia 1 de agosto. As finais por aparelho começarão no dia 3 de agosto, prometendo mais emoções e conquistas para o Brasil.