Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), agora conhecida como Associação Brasileira de Planos de Saúde, apontou que os tratamentos para autismo já superaram os gastos em tratamentos oncológicos.
Conforme a pesquisa, um grupo de empresas associadas a ela, informou que em 2023 os valores para terapias de Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtornos Globais de Desenvolvimento (TGD) chegaram a 9% da verba médica, enquanto os tratamentos oncológicos ficaram em 8,7%.
Até 2021, quando o marco regulatório da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) entrou em vigor, dando a pessoas com TEA, direito a consultas ilimitadas com psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos, os custos representavam menos de 2%.
O direito garantido pela ANS é uma conquista para as famílias, já que garante um melhor atendimento para quem precisa, e o aumento nos gastos, acontece em boa parte por conta do crime de fraude.
A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) apontou que diversas clínicas já foram descobertas usando má fé nos contratos.
Vera Valente, diretora da FenaSaúde, disse que algumas clínicas estão pagando planos em nome de terceiros, e após isso solicitam reembolso por “sobrecarga de horário” ou outras reivindicações fraudulentas.
Ela afirmou que um paciente já chegou a apresentar 82h de terapia semanal, o que seria inviável, já que ele precisaria ter ficado 16,4 horas por dia em atendimento, durante uma semana.
Em outra ocasião, uma criança de 11 anos apresentou 154 solicitações de reembolso, em pouco mais de dois anos, contabilizando 1800 sessões de terapia, no valor total de R$550 mil.
Para que isso acontecesse, seria necessário ele comparecer em duas sessões por dia, todos os dias, durante 2 anos, o que se mostra inviável de acontecer. Casos assim escancaram as fraudes.