Com o início das aulas se aproximando, os pais brasileiros enfrentam o desafio de preparar seus filhos para o ano letivo, e um dos maiores custos dessa época é a compra de materiais escolares. De acordo com uma pesquisa do Instituto Locomotiva e QuestionPro, as famílias gastaram R$ 49,3 bilhões com esses itens em 2024, no Brasil, um aumento significativo de 43,7% nos últimos quatro anos.
Esse cenário é vivido de perto por Bianca Souza, mãe de Maitê, de 4 anos, que vai iniciar as aulas no Jardim 1, em Manaus. Para ela, os custos com o material escolar sempre fizeram parte do planejamento do orçamento familiar.
“Eu sempre pedia os materiais para uma moça que trabalha em uma loja de material escolar. Desde que a Maitê começou a estudar, eu mandava a lista e ela me trazia tudo em casa. Como a Maitê não usava muita coisa, eu achava barato”, conta Bianca.
Mas, com o avanço da educação da filha, Bianca percebeu como esses gastos aumentam.
“Agora que ela entrou pro Jardim 1, percebi que comprar com ela saiu bem mais caro do que comprando nas lojas que são distribuidoras de material escolar”, diz a mãe.
Dessa maneira, decidiu antecipar as compras para evitar imprevistos.
“Comprei o material logo no início de dezembro. Tentei antecipar tudo para comprar de uma vez, porque, se deixar para metade de dezembro ou início de janeiro, corre o risco de não achar muita coisa”, explica.
Material escolar
Segundo a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE), o aumento nos preços é um reflexo de fatores como a alta do dólar e o aumento nos custos de transporte, que impactam diretamente o consumidor final.
“Os itens que compõem a lista escolar são itens importados. E aí, obviamente, quando você pega um ano que tem uma taxa de dólar mais alta, quando você pega um período como, por exemplo, pós-pandemia, que o frete marítimo internacional explodiu, o mundo se tornou cinco vezes mais caro do que ele custava, tudo isso acaba tendo algum impacto de custo e que vai terminar lá sempre para o consumidor”, afirma o presidente Executivo da ABFIAE, Sidnei Bergamaschi
Em 2021, o total gasto foi de R$ 34,3 bilhões, e em 2024, o valor atual de R$ 49,3 bilhões, uma diferença que pesa principalmente nos orçamentos das famílias de classes B e C. Para muitas delas, o gasto com material escolar se tornou um desafio financeiro, e muitos têm recorrido ao parcelamento para lidar com essa despesa.
No entanto, mesmo com os desafios, o esforço para garantir que os filhos tenham o material necessário para um bom desempenho escolar é uma prioridade. Como ressalta Bianca, antecipar as compras e pesquisar os preços pode ser uma estratégia importante para minimizar o impacto financeiro e garantir que o começo do ano letivo aconteça sem sobressaltos.