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Galeria de Arte da Valer Teatro inaugura neste sábado em Manaus 

Exposição ‘Poranduba Amazonense’ e o lançamento da obra infanto-juvenil ‘Sol e Chuva’ fazem parte da programação.

Escrito por
Redação
December 19, 2024
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Foto: Divulgação

A mostra coletiva ‘Poranduba Amazonense’, primeira exposição de artes visuais da Galeria de Arte da Valer Teatro, inaugura neste sábado (21/12), às 10h, no espaço multicultural do Largo de São Sebastião. Durante o evento, o escritor e ilustrador amazonense Rodrigo Abrahim lançará seu livro infantil “Sol e Chuva”. 

Para a coordenadora editorial da Valer, professora doutora em Filosofia, Neiza Teixeira, a Galeria de Arte da Valer Teatro veio para somar na divulgação de artistas amazonenses e indígenas. 

“Para a ‘Galeria da Valer Teatro’, é de extrema importância ter na sua exposição inaugural obras de artistas indígenas. Os que estão expondo já tem reconhecimento nacional e até internacional, mas não é somente isso que é importante, pois valem mesmo pelo que representam nas suas telas, marchetaria e outros suportes: a cultura dos seus povos, que é uma contribuição para o pensamento ocidental”, ressaltou Neiza.

Exposição

Com 15 metros de área expositiva, a mostra traz 30 obras de arte produzidas por oito artistas indígenas amazonenses. São eles Duhigó e Yúpury, do Povo Tukano, Dhiani Pa’saro, do Povo Wanano, Jaime Diakara e Paulo Dessana, do Povo Dessano, Sãnipã, do Povo Apurinã, Wira Tini, do Povo Kokama e Kuenan Ticuna, do Povo Tikuna.

“Poranduba, entre outros significados, quer dizer ‘histórias fantásticas’, como destaca o autor do livro Poranduba amazonense ou Kochima-uara Poranduba, João Barbosa Rodrigues (1842-1909), obra que está na 2.ª edição, editada pela Valer e que inspirou a nossa mostra.  São quadros de diferentes técnicas, da pintura à gravura, que revelam visões dos saberes e da contemporaneidade desses artistas amazonenses”, afirmou Carlysson Sena. 

Lançamento

Logo após a abertura da mostra, às 11h, no espaço em frente à Livraria Valer, acontece o lançamento do livro ‘Sol e Chuva’ (Valer), do escritor e artista visual Rodrigo Abrahim.

A obra ‘Sol e Chuva’ é uma ode às diferenças e veio em aquarela para mostrar, por meio do reforço das cores, que elas são nada mais nada menos que diferentes. ‘Sol e Chuva’ metaforizam fenômenos que somente são bons ou ruins em decorrência da atribuição de sensibilidades. Nada mais que um ponto de vista.

Abrahim espera que o livro desperte a atenção de pais e professores que vislumbram um outro mundo, no qual as diferenças entre pessoas e suas culturas sejam respeitadas, e não sirvam como motivos de intolerância.

“Tudo tem um lado bom. Não é porque você não gosta de pessoas ou coisas que elas não tenham um lado bom. Então, você pode aproveitar a vida do jeito que ela está agora. Os inversos não são bons ou ruins, eles só são inversos”, afirma. 

Autor solo de sete livros infantojuvenis e mais de quarenta ilustrados, Abrahim, amazonense de Manaus, começou a sua carreira no birô da Editora Valer, em 2005, e depois migrou para São Paulo, onde publicou na Cortez, na Elementar e na Global, com a aplicação de diferentes técnicas de pintura.

Ele explica que os traços sempre são definidos conforme a carga subjetiva das narrativas, para que o leitor(a) acrescente a terceira camada da obra, que é a interpretação, a reflexão e o prazer pela leitura.

“As duas camadas – leitura textual e leitura imagética – por si só não têm impacto que tem a camada gerada pela união delas. Essa terceira camada, na literatura infantil, é a que me move mais, que mais me interessa. Se a imagem completa o texto e o texto a completa, a imagem, a compreensão e a interpretação será produto final, que dependem do leitor”, acrescentou.  

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