Produtores rurais na França intensificaram os protestos, aumentando a pressão sobre o governo por redução de impostos e melhores condições de trabalho. Na quarta-feira (31), além dos mais de 100 bloqueios registrados em diversas rodovias do país, vários produtores espalharam esterco e grãos por ruas e prédios públicos.
Em confrontos entre policiais e manifestantes, tratores e blindados se alinharam em uma estrada. Cerca de 18 agricultores foram detidos ao tentar fechar acessos a um importante mercado central. Os manifestantes buscam menos impostos, salários mais justos e criticam os preços dos combustíveis, além da concorrência com o mercado externo.
O ministro das Finanças, Bruno Le Maire, afirmou que a França não deve ser bloqueada, mas também expressou compreensão pela raiva dos agricultores. Eles exigem mudanças e melhores condições econômicas.
Além da França, produtores rurais em outros países europeus, como Itália, Alemanha e Bélgica, também protestam contra políticas da União Europeia. Criticam, especialmente, os incentivos à exportação de grãos ucranianos, que impactam o mercado europeu.
A Comissão Europeia propôs, ainda na quarta, medidas para limitar as importações agrícolas da Ucrânia e apresentou um plano para flexibilizar as regras de incentivos fiscais no setor. Essas propostas aguardam aprovação no Parlamento Europeu.
O presidente francês, Emmanuel Macron, rejeita o acordo com o Mercosul e pressiona a União Europeia a reconsiderar a parceria. Um encontro com a presidente da Comissão Europeia está marcado para esta quinta-feira (1).