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França decide futuro político em eleições legislativas

País retorna às urnas para definir se extrema direita alcançará maioria no Parlamento pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial.

Escrito por
Redação
July 07, 2024
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Foto: Stephanie Lecocq/Reuters

A França volta às urnas neste domingo (7) para referendar ou rejeitar que a extrema-direita chegue ao poder pela primeira vez desde a ocupação nazista na Segunda Guerra Mundial. O desafio, nesta rodada final das eleições legislativas antecipadas do país, é impedir que o Reunião Nacional (RN) alcance a maioria absoluta — ou seja, o número mínimo de 289 assentos no Parlamento exigidos para que um partido forme governo — e, assim, indique o novo primeiro-ministro francês.

No primeiro turno, no último domingo (30), o Reunião Nacional, partido de extrema-direita de Marine Le Pen, conquistou a maioria dos votos: 33%. A Nova Frente Popular, um grande bloco de partidos de esquerda, ficou em segundo lugar, com 28% dos votos, e o bloco centrista do presidente francês, Emmanuel Macron, terminou em terceiro lugar, com 20%.

Alianças e Estratégias

Embora o RN tenha mantido o favoritismo nas pesquisas de intenção de voto feitas ao longo desta semana, o cenário agora é diferente. Sob a sombra da vitória esmagadora da centro-esquerda no país vizinho, o Reino Unido, na quinta-feira (4), a extrema-direita enfrenta a possível aliança entre o centro, representado por Emmanuel Macron, e o grande bloco dos partidos de esquerda.

Na semana passada, após os resultados, Macron pediu uma aliança com a esquerda para tentar barrar o RN. Embora ainda não tenham decidido oficialmente sobre a união, líderes do bloco esquerdista indicaram que poderiam se aliar ao centro com esse objetivo — apesar das pautas distantes e até opostas em muitas questões. Esse arranjo é conhecido na França como “grande cordão sanitário” contra a extrema-direita.

Mais de 200 candidatos centristas e de esquerda desistiram das disputas para aumentar as chances de seus rivais moderados e tentar impedir que candidatos da extrema-direita vencessem. A campanha teve a participação de celebridades, como o ex-jogador Raí e Mbappé, craque da seleção francesa e do Real Madrid, que se manifestaram durante a semana contra a extrema-direita.

Possíveis Resultados

De acordo com as principais pesquisas de intenção de voto divulgadas nesta semana, o número de assentos do bloco da esquerda e do centro seria suficiente para garantir uma maioria absoluta de 289 cadeiras no Parlamento francês, e, assim, indicar um primeiro-ministro. No entanto, há incertezas em relação à participação dos eleitores.

Essa possibilidade pode impedir que Macron tenha de governar em uma situação no mínimo desconfortável: ao lado de um premiê opositor. Pelo sistema político da França, semipresidencialista, o primeiro-ministro, indicado pelo partido ou coalizão que conquista a maioria no Parlamento, governa em conjunto com o presidente — este eleito em eleições presidenciais diretas e separadas das legislativas e que, na prática, ganha mais protagonismo à frente do governo.

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