A agência de classificação de risco Fitch elevou a nota de crédito de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil para "BB", superando a classificação anterior de "BB-". Essa mudança representa uma perspectiva mais favorável sobre a capacidade do país em cumprir com suas obrigações financeiras perante seus credores.
Em seu relatório, a Fitch destacou que essa elevação reflete o desempenho macroeconômico e fiscal melhor do que o esperado, resultado de políticas proativas e reformas adotadas. Além disso, a agência demonstrou confiança na expectativa de que o novo governo trabalhará para alcançar melhorias adicionais.
Desde o rebaixamento em 2018, o Brasil tem enfrentado persistentes tensões políticas, mas conseguiu avançar em importantes reformas para lidar com os desafios econômicos e fiscais.
A Fitch também apontou que a economia brasileira é diversificada, com alta renda per capita, mercados domésticos robustos e um grande colchão de caixa, o que sustenta a flexibilidade de financiamento do rating. A taxa de câmbio flexível, reservas internacionais robustas e a posição soberana líquida de credores externos também contribuem para a sustentação do rating.
A agência espera que novas regras fiscais e medidas tributárias ancorarão uma consolidação fiscal gradual. No entanto, para aprovar essas reformas, o governo federal precisará do apoio do Congresso. A Fitch ainda projeta que a dívida/PIB aumente, mas em um ritmo mais lento e partindo de uma posição melhor do que o previsto anteriormente.
O relatório também destaca que importantes reformas fiscais estão pendentes de aprovação final, mas que houve progressos significativos em algumas delas, como uma nova estrutura fiscal e uma importante reforma do imposto sobre o consumo. Outras iniciativas têm enfrentado maior resistência no Congresso, especialmente as relacionadas à regulamentação ambiental.
Em relação ao crescimento econômico, a Fitch projeta um aumento real do PIB de 2,3% em 2023, com moderação para 1,3% em 2024 à medida que a produção agrícola se normaliza. As autoridades brasileiras projetam um crescimento de médio prazo mais alto de 2,6%, mas a agência ressalta que ainda não está claro se a agenda econômica será forte o suficiente para alcançar essa projeção.
As notas de rating são importantes para investidores avaliarem o risco de inadimplência de um emissor, como empresas e países, antes de investir. Quanto maior for a classificação, menor será o risco da aplicação. O rating do Brasil havia sido rebaixado em 2018, mas a elevação atual indica uma melhora na percepção do risco do país.
