No início do século XX, pessoas com hanseníase eram separadas de suas famílias e isoladas em colônias, sob a justificativa de tratamento e evitar contágio. Na última sexta-feira (24), o presidente Lula sancionou a lei que institui pensão para os filhos dessas pessoas, que cresceram sem os pais.
“Nenhum dinheiro no mundo é capaz de compensar ou apagar as marcas que a segregação provocou na alma e no coração das pessoas portadoras de hanseníase e suas famílias. Mas estender aos filhos o direito a pensão especial é dar mais um passo importante para a reparação de uma dívida enorme que o Brasil tem com aqueles que durante anos foram privados dos cuidados e carinho de seus pais”, disse Lula.
No Amazonas, o que hoje é conhecido como “Ruínas de Paricatuba”, também foi um dos centros de isolamento, entre 1922 e 1962. Após essa época, os pacientes passaram a ser enviados para a Colônia Antônio Aleixo, atual bairro de Manaus.
Em 2007, outra lei sancionada pelo então governo Lula instaurou pensão para pessoas que foram isoladas e ainda estavam vivas (cerca de 5,5 mil pacientes).
A nova lei abrangerá em torno de 15 mil beneficiários. Os valores e os trâmites para o recebimento serão divulgados posteriormente.
HANSENÍASE
Também conhecida como “lepra”, a hanseníase é uma doença causada pela bactéria Mycobacterium leprae, atingindo a pele, mucosas e nervos periféricos. Ela é contagiosa e pode evoluir para um quadro crônico.
A hanseníase é considerada como a doença mais antiga da humanidade, e de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o Brasil tem quase 30 mil novos casos por ano.