A Organização Internacional para as Migrações (OIM), agência da ONU responsável pelo apoio a migrantes e refugiados, comunicou ao governo brasileiro que o país ficou de fora da liberação de verbas humanitárias dos Estados Unidos. A decisão do governo de Donald Trump impacta diretamente a Operação Acolhida, que auxilia migrantes e refugiados venezuelanos na região Norte do Brasil.
O anúncio da exclusão brasileira ocorreu após Trump reavaliar os cortes de financiamento a ações humanitárias, retomando o apoio a iniciativas no Iraque, na Síria e na Faixa de Gaza. No entanto, os recursos para a OIM no Brasil não foram restabelecidos. No México, segundo fontes da organização, os EUA autorizaram apenas o uso de verbas para ações na fronteira.
A decisão afeta significativamente a OIM, que dependia do financiamento americano para manter suas atividades no Brasil. Os Estados Unidos respondem por cerca de 60% do orçamento da agência, e, devido ao modelo de financiamento por projetos específicos, não há possibilidade de realocar recursos de outras operações para sustentar a Operação Acolhida.
A Polícia Federal, por exemplo, terá de usar cerca de 40 terceirizados para substituir os funcionários da organização humanitária que atuavam junto ao órgão na fronteira, entretanto, segundo uma fonte próxima ao diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues, neste momento não há como deslocar um efetivo deste tamanho para Roraima.
Amazonas
Em Manaus, por exemplo, a falta de verbas já levou à demissão de funcionários e à paralisação das atividades da OIM no Posto de Atendimento e Triagem (PAC) da Compensa. Diante do corte de recursos, o governo do Amazonas garantiu a continuidade das operações no estado. Enquanto isso, o governo Lula articula esforços para manter a Operação Acolhida ativa, mesmo sem o suporte financeiro dos EUA.
A nossa equipe solicitou um posicionamento da OIM diante da situação, mas não obteve resposta.