Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) sugere que uma dieta predominantemente vegetal ou vegetariana pode estar associada a uma probabilidade 39% menor de infecção pelo novo coronavírus.
A pesquisa, publicada na revista científica BMJ Nutrition Prevention & Health, aponta para a possível eficácia de padrões alimentares ricos em vegetais, legumes e nozes, enquanto limitam o consumo de laticínios e carne. Os pesquisadores da USP exploraram a relação entre padrões alimentares e a incidência, gravidade e duração da infecção por Covid-19.
O estudo acompanhou 702 voluntários adultos, divididos em grupos dietéticos: onívoros (424), flexitarianos/semivegetarianos (87) e vegetarianos/veganos (191). Os participantes forneceram informações sobre seus hábitos alimentares, estilo de vida, histórico médico e vacinação contra Covid-19.
Os resultados indicaram que os participantes com dietas predominantemente vegetais ou vegetarianas tinham 39% menos probabilidade de serem infectados em comparação com os onívoros. Embora não tenha havido diferença geral na gravidade dos sintomas após ajustes para fatores influentes, como peso, condições médicas pré-existentes e níveis de atividade física, os pesquisadores destacam a importância de uma investigação mais aprofundada antes de conclusões definitivas.
A pesquisa sugere que dietas baseadas em plantas fornecem nutrientes que estimulam o sistema imunológico e exibem propriedades antivirais diretas, apontando para o papel da alimentação na prevenção da Covid-19. Contudo, é importante ressaltar que o estudo é observacional, e mais pesquisas são necessárias para estabelecer fatores causais.