Durante uma reunião com o presidente Lula (PT) no Palácio do Planalto, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), minimizou a ausência de representantes do agronegócio no ato promovido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, em São Paulo, no último domingo (25).
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Questionado sobre o tema, Fávaro disse que a relação da gestão petista com o segmento “está bem” e ponderou que, por ser época de colheita, os produtores rurais “estavam na roça”.
“Não vi adesão nenhuma. Acho que está todo mundo trabalhando, colhendo. [É] período de colheita”, disse o ministro. “Estava todo mundo na roça, na lavoura, colhendo. Não estava preocupado com esse tipo de manifestação, não”.
Setores do agronegócio foram uma das bases de apoio nos quatro anos do governo Bolsonaro, participando inclusive do financiamento de manifestações nas quais o ex-capitão desferiu ataques às instituições.
Acuado pelas investigações sobre a articulação de um golpe de Estado, Bolsonaro reuniu apoiadores, governadores e parlamentares no domingo, na tentativa de apresentar um capital político.
Na ocasião, o ex-presidente chegou a defender anistia aos bolsonaristas presos por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro. Apenas o deputado federal Pedro Lupion (Progressistas), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, esteve no evento.
A despeito da relação do agro com o bolsonarismo nos últimos anos, Fávaro ponderou que o distanciamento entre o governo e o setor diminuiu consideravelmente no primeiro ano do mandato de Lula. Ele mencionou a política de liberação de créditos agrícolas como um dos fatores para a aproximação.
“O setor compreendeu que [era falsa] a retórica política eleitoral que inseriram na cabeça dos produtores, de que o presidente Lula era incerteza para o setor, que poderia taxar exportações, que poderia trazer insegurança jurídica no campo”, destacou o ministro.
Para os próximos dias, a articulação política do governo avalia convidar lideranças da chamada “Bancada do Boi” para uma espécie de happy hour na Granja do Torto. A ideia foi levada a Lula por Fávaro, que defendeu a realização de “um churrasquinho”.