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Estado confirma origem da fumaça em Manaus, mas não apresenta ações de combate

A Defesa Civil não abordou as ações de combate ao fogo, afirmando que a responsabilidade por essas ações recai sobre o Corpo de Bombeiros do Amazonas (CBMAM)

Escrito por
Rhyvia Araujo
November 04, 2024
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Foto: Lucas Macedo/g1 Amazonas

Após a capital amazonense enfrentar novamente uma onda de fumaça, nesta segunda-feira (4), o Governo do Estado, através da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e a Defesa Civil do Amazonas, confirmou que o problema é resultado das queimadas na região do Baixo Amazonas, no estado, e na Calha do Tapajós, no oeste do Pará. Mais cedo, o superintendente do Ibama no Amazonas, Joel Araújo, procurado pelo Diário da Capital, havia alertado que o “fumacê” era proveniente dessas regiões.

Em nota, a Defesa Civil do Amazonas ressaltou que a fumaça é uma consequência não apenas das queimadas locais, mas também das condições atmosféricas que favorecem a concentração de poluentes próximos à superfície. 

“Um dos principais fatores de agravamento é a anomalia de chuvas negativas para o mês de outubro, onde as áreas com os menores índices foram as regiões Norte, Central e Leste do Amazonas, seguindo para a região oeste do Pará. O fluxo de ventos regionais, provenientes do oceano Atlântico de nordeste para oeste, traz a massa de fumaça em toda a calha do rio Amazonas até a Região Metropolitana de Manaus”, diz trecho da nota.

No entanto, a Defesa Civil não abordou sobre as ações de combate, afirmando que a responsabilidade recai sobre o Corpo de Bombeiros do Amazonas (CBMAM). Disse ainda que a fumaça está além do controle: “Só se a gente comandar os ventos”, escreveu o órgão, ao ser questionado pelo Diário da Capital. Até o momento, o CBMAM não apresentou um modelo de ação contra as queimadas na Calha do Baixo Amazonas e na Calha do Tapajós.

Anteriormente, o superintendente do Ibama no Amazonas, Joel Araújo, também se manifestou sobre a situação. Ele destacou que as queimadas são frequentemente causadas por práticas ilegais, principalmente por pecuaristas na região do Baixo Amazonas. Araújo frisou que a atuação do Ibama é restrita a determinadas áreas e que, até o momento, não houve acionamento dos municípios para que a equipe atuasse no combate a esses incêndios.

O panorama se agrava com a quantidade de queimadas: em outubro, o Amazonas registrou mais de 2.500 focos, o segundo maior número desde 1998, com um aumento significativo em relação ao ano anterior.

A situação se reflete nos índices de qualidade do ar, que foram classificados como “muito ruins” pelo Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva). No bairro Zumbi 2, zona Leste de Manaus, os níveis de poluição atingiram 79,2 µg/m³, bem acima do limite considerado seguro.

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