Um estudo inédito na área da ciência atmosférica está lançando uma nova luz sobre os enigmáticos "sprites" ou "fantasmas mesosféricos", explosões de luz semelhantes a relâmpagos que ocorrem muito acima das nuvens de tempestade convencionais. Liderada por María Passas-Varo, a equipe de pesquisa utilizou técnicas avançadas de espectroscopia para analisar essas luzes, revelando uma composição que desafia teorias anteriores e enriquece nossa compreensão da atmosfera.
Os "sprites" fazem parte de uma ampla variedade de eventos luminosos transitórios na estratosfera e mesosfera, incluindo halos, elfos, iniciadores azuis, jatos gigantes e duendes. Sua complexa vida útil varia desde frações de milissegundos, como no caso dos elfos, até vários milissegundos, como nos "sprites", e quase um segundo nos jatos gigantes.
Capturar esses fenômenos é desafiador devido à sua raridade e à altitude em que ocorrem, entre 50 e 85 quilômetros, em uma atmosfera muito mais fina do que ao nível do mar. Durante a observação de uma tempestade no Mediterrâneo, a equipe identificou, por meio de espectrografia precisa, uma mistura de elementos, incluindo ferro, níquel e nitrogênio, contradizendo as previsões de apenas oxigênio atômico excitado.
Esses elementos, provenientes de meteoritos e poeira interestelar que adentram nossa atmosfera, conferem uma tonalidade verde vibrante à atmosfera superior. Essa descoberta aponta para uma interação complexa entre materiais terrestres e cósmicos, desafiando os modelos atmosféricos existentes, que geralmente não consideram elementos metálicos nesses fenômenos.