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Em maio começa a captura científica de onças pintadas

Entre 2012 e 2022, foram capturadas 15 onças-pintadas

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March 08, 2023
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<p>No início do mês de maio, pesquisadores do Instituto Mamirauá, começaram a campanha de captura de onças-pintadas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá, localizada no município de Tefé – a 522 quilômetros de Manaus.</p>

<p>O trabalho do Grupo de Pesquisa Ecologia e Conservação de Felinos da Amazônia do Instituto Mamirauá deve se prolongar até o fim do mês. E, a equipe de captura é composta por três pesquisadores: a Louise Maranhão, doutora em Medicina Veterinária e os biólogos Marcos Roberto e Miguel Monteiro, além de colaboradores locais, como Lázaro Pinto, Valciney Martins e Helson Martins.</p>

<p>São utilizados vários itens pelos pesquisadores para a captura e instalação de colares de rastreamento para monitorar os felinos, entre eles barcos, antenas e armadilhas. O objetivo da captura é entender o comportamento das onças nas florestas de várzea da região, onde os ambientes podem ficar até quatro meses do ano debaixo da água.</p>

<p>Marcos Roberto, um dos pesquisadores do Instituto, explica:</p>

<blockquote class="wp-block-quote"><p><em>“Com os dados do monitoramento foi possível descobrir que as onças vivem de maneira arbórea e semiaquática durante esse período, sendo capazes de viver, se alimentar e até se reproduzir e cuidar de filhotes nas copas das árvores e nadando entre elas. Além disso, também é possível estimar o tamanho da área de vida das onças para a floresta de várzea, uma informação importante para medidas de conservação”.</em></p></blockquote>

<p>Entre 2012 e 2022, foram capturadas 15 onças-pintadas.</p>

<p>Para fazer a instalação dos colares nos pescoços dos animais, os pesquisadores utilizam armadilhas de laço, projetadas para prender a pata dos felinos, sem machucá-los. O equipamento é posicionado em trilhas monitoradas por eles, que optam pela época de enchente, pois isso reduz a área por onde as onças-pintadas caminham. Esses colares com rastreadores, se soltam dos animais depois de um ano, automaticamente.</p>

<p>Cada armadilha possui duas armadilhas fotográficas, usadas para registrar o momento em que o animal cai no laço e observar seu comportamento. Além disso, um transmissor de rádio também é conectado à armadilha para que os pesquisadores possam identificar se o laço foi ativado.</p>

<p>Uma vez que a onça é capturada, um dardo com anestésico é disparado no animal por meio de um rifle próprio para esse uso. E, depois da aplicação do anestésico, é realizado o processo de coleta de material biológico somado a uma série de exames clínicos, até a instalação do colar. O processo leva cerca de uma hora para ser concluído.</p>

<blockquote class="wp-block-quote"><p><em>“Após a captura, nós acompanhamos o movimento das onças-pintadas quase diariamente. Buscamos entender o contexto ambiental em que ela anda, quais áreas preferem. Após alguns meses é possível estimar a sua área de vida e comparar com as de outras onças capturadas antes. Quando a reserva está completamente alagada, é possível então realizar um monitoramento presencial”, explica Marcos.</em></p></blockquote>

<p>A médica veterinária do grupo, Louise Maranhão, relatou que até o momento presente, as onças-pintadas capturadas e monitoradas entre 2012 e 2018 apresentaram um bom estado de saúde. No entanto, eles têm observado que a presença de patógenos considerados preocupantes para a conservação de carnívoros no mundo estão circulando nesta região, como o vírus da cinomose e o vírus da leucemia felina.</p>

<p>Os pesquisadores do Instituto Mamirauá vêm capturando onças-pintadas, há mais de 10 anos, e são referência nessa área de estudo.</p>

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