O desemprego no país atingiu o nível mais baixo da história, conforme apontam os novos dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (27/12). O índice de desocupação alcançou 6,1% no trimestre encerrado em novembro, renovando a mínima histórica e alinhando-se às expectativas do mercado. Este é o menor percentual já registrado desde o início da pesquisa, realizada pelo instituto desde 2012.
A queda, segundo o Instituto, é em relação ao trimestre de junho a agosto, quando a taxa foi de 6,6%. Houve uma redução de 1,4 ponto percentual em comparação ao mesmo período de 2023, quando a taxa foi de 7,5%. A taxa atual corresponde a 6,8 milhões de pessoas em busca de emprego, o menor contingente desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014. Em apenas um trimestre, 510 mil pessoas deixaram o desemprego. Em relação ao mesmo período de 2023, 1,4 milhão de pessoas saíram da condição de desocupadas.
A pesquisa indicou ainda que a taxa de desocupação alcançou 8,8 pontos percentuais abaixo do recorde da série histórica da PNAD Contínua, que ficou em 14,9%, atingido no trimestre encerrado em setembro de 2020. Já o número de desocupados está 55,6% abaixo do recorde da série de 15,3 milhões, verificado no primeiro trimestre de 2021. Os dois períodos foram durante a pandemia da Covid 19.
Até agosto de 2024, o Amazonas estava na lista dos estados tiveram queda acima da média nacional: Piauí (-2,4 pontos percentuais, ao passar de 10% para 7,6%), Amazonas (-1,9 ponto percentual, ao passar de 9,8% para 7,9%), Alagoas (-1,8 ponto percentual, ao passar de 9,9% para 8,1%), Tocantins (-1,7 ponto percentual, ao passar de 6% para 4,3%), Acre (-1,7 ponto percentual, ao passar de 8,9% para 7,2%), Espírito Santo (-1,4 ponto percentual, ao passar de 5,9% para 4,5%), Maranhão (-1,1 ponto percentual, ao passar de 8,4% para 7,3%), Ceará (-1,1 ponto percentual, ao passar de 8,6% para 7,5%) e Pará (-1,1 ponto percentual, ao passar de 8,5% para 7,4%).
Ocupação
O número de pessoas ocupadas atingiu 103,9 milhões, estabelecendo um novo recorde no país. Antes disso, esse contingente havia caído para o menor patamar da série histórica, com 82,6 milhões no trimestre encerrado em agosto de 2020. Desde então, houve um aumento de 25,8%, o que equivale a 21,3 milhões de pessoas a mais no mercado de trabalho.
Com o desempenho observado no trimestre terminado em novembro, o IBGE afirma que o Brasil também bateu recordes no número de empregados no setor privado, que chegou a 53,5 milhões, e de trabalhadores com carteira assinada, que alcançou 39,1 milhões. No setor público, foram registrados 12,8 milhões de trabalhadores.
De acordo com o IBGE, o nível de ocupação — que representa a proporção de pessoas de 14 anos ou mais que estavam trabalhando — também atingiu um recorde, alcançando 58,8%.
Segundo a coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, “O ano de 2024 caminha para o registro de recordes na expansão do mercado de trabalho brasileiro, impulsionado pelo crescimento dos empregados formais e informais”.
Informalidade
Outro dado da pesquisa é sobre o número de empregados sem carteira assinada, que não teve variação significativa no trimestre e permaneceu em 14,4 milhões. Já o total de trabalhadores por conta própria avançou 1,8% no trimestre ou 25,9 milhões e ficou estável no ano.
Com 38,7%, a taxa de informalidade equivale a 40,3 milhões de trabalhadores. “Essa taxa está ligeiramente abaixo da registrada no trimestre anterior [38,8%] e foi menor que a do mesmo período de 2023 [39,2%]”, informou o IBGE.
Indústria, construção e serviços domésticos puxam ocupação
Quatro dos dez grupamentos de atividade investigados pela pesquisa puxaram a alta da ocupação frente ao trimestre móvel anterior. A Indústria cresceu 2,4% (mais 309 mil pessoas), a Construção cresceu 3,6% (mais 269 mil pessoas), o setor de Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais cresceu 1,2% (mais 215 mil pessoas) e os Serviços domésticos cresceram 3,0% (mais 174 mil pessoas). Somadas, essas quatro atividades econômicas ganharam mais 967 mil trabalhadores, no trimestre.
Em relação ao mesmo período de 2023, sete grupamentos cresceram: Indústria Geral (3,6%, ou mais 466 mil pessoas), Construção (6,0%, ou mais 440 mil pessoas), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (3,6%, ou mais 692 mil pessoas), Transporte, armazenagem e correio (5,8%, ou mais 322 mil pessoas), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (4,4%, ou mais 548 mil pessoas), Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (4,4%, ou mais 790 mil pessoas) e Outros serviços (5,0%, ou mais 270 mil pessoas). Somadas, essas sete atividades econômicas ganharam mais 3,5 milhões de trabalhadores, frente ao mesmo período de 2023.
Por outro lado, o grupamento de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura também recuou nesta comparação (-4,4%, ou menos 358 mil pessoas), enquanto os demais grupamentos ficaram estáveis.
Massa de rendimento recorde
O rendimento real habitual de todos os trabalhos (R$ 3.285) ficou estável no trimestre e cresceu 3,4% no ano. Já a massa de rendimento real habitual foi novo recorde, chegando a R$ 332,7 bilhões, com alta de 2,1% (mais R$ 7,1 bilhões) no trimestre e de 7,2% (mais R$ 22,5 bilhões) no ano.
Na comparação trimestral, apenas o grupamento Transporte, armazenagem e correio registrou alta no rendimento médio: 4,7%, ou mais R$ 141. Não houve variações significativas no rendimento médio dos demais grupamentos de atividade.
No ano, o rendimento cresceu para três atividades: Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (3,9%, ou mais R$ 102) Transporte, armazenagem e correio (7,8%, ou mais R$ 229) e Serviços domésticos (3,6%, ou mais R$ 43), com estabilidade nos demais grupamentos.