O Comitê Olímpico Holandês blindou Steven van de Velde, um atleta condenado por estupro, para mitigar o impacto de sua inclusão na equipe olímpica para as Olimpíadas de Paris. A medida gerou consternação entre grupos de defesa das mulheres, conforme declarou o chefe de missão Pieter van den Hoogenband neste domingo (21).
Van de Velde foi condenado a 4 anos de prisão no Reino Unido em 2016 por estuprar uma menina de 12 anos em 2014, quando ele tinha 19 anos. Após cumprir parte da pena, ele foi transferido para a Holanda, onde sua sentença foi ajustada de acordo com a legislação local. Em 2017, van de Velde retornou às competições de vôlei de praia e foi convocado no mês passado para a seleção olímpica holandesa.
Para reduzir o impacto de sua participação, o Comitê Olímpico, em consulta com van de Velde e seu parceiro de jogo, Matthew Immers, transferiu o atleta para acomodações alternativas em Paris e proibiu-o de falar com a imprensa. “Ele não vai subestimar isso (sua condenação). Temos que respeitar isso e ajudá-lo como membro da equipe para poder jogar”, afirmou van den Hoogenband à televisão holandesa.
O caso de van de Velde é especialmente delicado devido à natureza de sua condenação. Em 2014, ele conheceu a vítima, uma garota inglesa de 12 anos, pelo Facebook e a estuprou. Em março de 2016, ele admitiu três acusações de estupro e foi condenado a 4 anos de prisão. O juiz do caso, Francis Sheridan, afirmou na época que as esperanças de van de Velde representar seu país nas Olimpíadas eram “um sonho despedaçado”.
A decisão de incluir Velde na equipe olímpica trouxe à tona debates sobre ética e reabilitação. Enquanto alguns defendem a segunda chance do atleta, outros criticam sua participação em um evento de grande visibilidade.