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Comércio entre Rússia e China atinge recorde de 95% sem uso do dólar

A desdolarização ganha destaque devido às mais de 17 mil sanções aplicadas à Rússia desde 2022

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December 18, 2023
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O comércio entre Rússia e China bateu recorde em 2023, ultrapassando US$ 200 bilhões, antecipando a meta prevista para 2024. De janeiro a novembro, as transações bilaterais superaram US$ 218 bilhões, registrando um aumento de 26,7% em relação ao mesmo período de 2022. Empresas chinesas ocupam agora o espaço deixado por companhias europeias e japonesas.

O uso do yuan chinês e do rublo russo no comércio bilateral atingiu 95% este ano, destacando um movimento crescente de desdolarização. A Rússia enfrenta mais de 17 mil sanções desde o início da Operação Militar Especial em 2022, principalmente de países ocidentais. As medidas restritivas afetaram significativamente as relações comerciais, levando a uma mudança para moedas nacionais em acordos comerciais.

A desdolarização, um tema já debatido desde 2014, tornou-se uma tendência mais evidente em 2023, quando países do Sul Global buscam reduzir a dependência do dólar devido ao seu uso como ferramenta geopolítica. O presidente Lula, durante visitas à China e em cúpulas dos Brics, defendeu um sistema de pagamento baseado em moedas locais, sem a necessidade do dólar.

O presidente russo, Vladimir Putin, mencionou a desdolarização na cúpula do Brics em Joanesburgo, ressaltando um processo "equilibrado e irreversível" que ganha força. Xu Poling, economista, considera que o processo pode levar até dez anos, mas a politização do dólar e seu uso como arma geopolítica tornam a desdolarização uma tendência inevitável.

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