Uma investigação independente começou nesta terça-feira (10) para apurar as responsabilidades do Hospital Countess de Chester e do Serviço Nacional de Saúde (NHS) no caso da enfermeira Lucy Letby, condenada em agosto de 2023 à prisão perpétua pelo assassinato de sete recém-nascidos prematuros. Letby, de 34 anos, é considerada a maior assassina em série de bebês na história moderna do Reino Unido.
O governo britânico ordenou essa investigação logo após o veredicto, com o intuito de oferecer respostas às famílias das vítimas. O processo, conduzido por Kathryn Thirlwall, ex-juíza do tribunal de apelação britânico, será concentrado nas circunstâncias dos assassinatos ocorridos entre 2015 e 2016 e tentará entender se “as suspeitas deveriam ter sido levantadas mais cedo” e se “Lucy Letby deveria ter sido suspensa antes”.
Além disso, a investigação analisará a atitude da diretoria do hospital, dos médicos e a eficácia das estruturas de controle do NHS. Há expectativa de que as audiências continuem até o final do ano.
ACUSAÇÕES E DÚVIDAS SOBRE A CULPA
Letby foi declarada culpada de matar sete bebês e tentar assassinar outros sete ao injetar ar intravenosamente e administrar overdoses de leite nos recém-nascidos. Apesar disso, especialistas britânicos têm levantado dúvidas sobre as provas da culpa da enfermeira, colocando uma nova camada de complexidade no caso.
Tamlin Bolton, advogada das famílias de seis vítimas, afirmou que seus clientes estão “cheios de esperança, mas com muita ansiedade” diante da investigação. A enfermeira, que insiste em sua inocência, foi transferida para um serviço administrativo em 2016 e presa pela primeira vez em 2018, sendo finalmente encarcerada em 2020.