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Brasil continua com a maior taxa de juros reais do mundo

De acordo com um levantamento, considerando a inflação esperada para os próximos 12 meses, o país tem uma taxa de juro real de 6,68%

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August 03, 2023
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O Brasil continua com a maior taxa de juros reais do mundo, mesmo após o corte de 0,5 ponto percentual da Selic nesta quarta-feira (2). De acordo com um levantamento feito pela Infinity Asset e MoneYou com 40 países, considerando a inflação esperada para os próximos 12 meses, o país tem uma taxa de juro real de 6,68%.

Foi a 7ª vez seguida que o Brasil manteve a liderança com juros reais mais altos. Embora siga no topo do ranking, o corte da Selic colocou o Brasil mais próximo do segundo colocado na lista, o México, que tem taxa de juro real de 6,64%.

“O problema global na condução da política monetária continua. O Brasil ainda reduz parte das dúvidas na ancoragem das expectativas de inflação, com a aprovação do arcabouço fiscal, enquanto os EUA elevaram novamente os juros após uma pausa e continuam a registrar pressões no mercado de trabalho, apesar de uma série de indicadores econômicos na linha negativa”, destaca o relatório.

“A Europa ainda registrou breves reações às elevações recentes de juros tanto na economia, como na inflação, enquanto a Ásia preserva parte de suas medidas estimulativas, com a China prometendo novos incentivos à economia e Japão alterando novamente a YCC.”

O corte da Selic foi a 11ª redução da taxa básica de juros desde março de 2021. O Banco Central tem buscado reduzir o custo do crédito para estimular a economia, que vem desacelerando nos últimos meses.

No entanto, o aumento da inflação global tem dificultado a tarefa do BC. A inflação brasileira está em alta há 12 meses, e atualmente está em 10,06%. O BC espera que a inflação comece a cair no segundo semestre de 2023, mas ainda há incertezas sobre o cenário econômico.

O corte da Selic deve ter um impacto positivo no mercado de trabalho. Com o custo do crédito mais baixo, as empresas devem ficar mais propensas a contratar novos funcionários. Além disso, o corte da Selic deve estimular o consumo, o que também deve ajudar a gerar empregos.

No entanto, o impacto do corte da Selic na economia deve ser gradual. A inflação ainda deve permanecer elevada por algum tempo, e a confiança do consumidor ainda está em baixa. O BC terá que continuar monitorando o cenário econômico para avaliar se é necessário fazer novos cortes na Selic.

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