A Boeing concordou em declarar-se culpada de uma acusação de conspiração de fraude criminal e pagará uma multa de US$ 243,6 milhões (R$ 1,33 bilhão) para resolver uma investigação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, relacionada aos dois acidentes fatais envolvendo o modelo 737 Max, que resultaram na morte de 346 pessoas. A decisão foi anunciada no domingo (7) em um documento judicial e ainda requer a aprovação de um juiz.
Os acidentes ocorreram na Indonésia e na Etiópia, com um intervalo de cinco meses entre 2018 e 2019. A resolução do caso atraiu críticas imediatas das famílias das vítimas, que desejavam ver a Boeing enfrentar um julgamento e sofrer consequências financeiras mais severas.
Os destroços do voo 302 da Ethiopian Airlines, que caiu em 2019 e matou centenas de pessoas na Etiópia, servem como um lembrete sombrio dos problemas enfrentados pela Boeing. A pressão do Departamento de Justiça para indiciar a empresa agravou uma crise contínua, exacerbada por um incidente recente em janeiro deste ano, quando uma tampa de porta de avião se soltou durante um voo, expondo problemas contínuos de segurança e qualidade na fabricante de aviões.
A confissão de culpa pode ameaçar a capacidade da Boeing de garantir contratos governamentais lucrativos com entidades como o Departamento de Defesa dos EUA e a NASA, embora a empresa possa buscar isenções.