A bióloga marinha Taryn Foster está liderando esforços inovadores para restaurar recifes de coral ameaçados no arquipélago dos Abrolhos, localizado 64 km a oeste do litoral da Austrália. Em um ambiente especial, onde a beleza marinha contrasta com a falta de vegetação exuberante, Foster desenvolve um sistema de restauração que envolve o enxerto de fragmentos de coral em bases artificiais.
Essas bases, projetadas por Foster, têm a forma de discos planos com ranhuras e alças, feitas de concreto de rocha calcária. O método inovador busca acelerar o crescimento dos corais, eliminando vários anos necessários para o tamanho usual. Até o momento, os resultados são promissores, com quatro espécies diferentes crescendo maravilhosamente nas bases artificiais.
Foster fundou a startup Coral Maker para gerenciar o projeto e está colaborando com a empresa de software Autodesk, sediada em São Francisco, nos Estados Unidos. A parceria visa automatizar o processo de restauração, utilizando inteligência artificial para controlar robôs colaborativos ("cobots") que trabalharão ao lado de mergulhadores. A Autodesk está treinando a inteligência artificial para reconhecer e manusear fragmentos de coral de forma eficiente.
Embora a etapa de implementação dos robôs no ambiente real apresente desafios, como manusear corais molhados delicadamente e proteger os componentes eletrônicos da água salgada, a equipe está otimista quanto aos avanços nos próximos 12 a 18 meses. O alto custo da tecnologia é enfrentado pela Coral Maker, que planeja emitir créditos de biodiversidade para financiar o projeto.
A iniciativa de Foster representa uma esperança para os recifes de coral em meio às ameaças crescentes de aquecimento global e acidificação dos oceanos. Os esforços de restauração, combinados com a inovação tecnológica, podem desempenhar um papel crucial na preservação desses ecossistemas marinhos fundamentais.
