O conceito de bioeconomia pode ser resumido como a economia focada na utilização de recursos biológicos, renováveis ou recicláveis, com foco na sustentabilidade dos sistemas de produção. Um modelo de desenvolvimento econômico que tem como um dos pilares a inovação e que visa conciliar geração de renda e conservação ambiental.
Com 20% da biodiversidade do planeta, o Brasil possui um grande ativo econômico com muitas oportunidades de negócios. Mesmo com a ausência de estratégias nacionais e regionais, a atividade pode ser vista como vetor de desenvolvimento econômico sustentável. São exemplos de bioeconomia na região amazônica: atividades que realizam o manejo sustentável da floresta para extrair produtos como castanhas, frutos, borracha, óleos, madeira, pescados, fibras e plantas medicinais; a indústria que processa esses produtos (alimentos, bebidas, cosméticos, fármacos, moda, construção); A agricultura, a psicultura e o turismo sustentável, os serviços ambientais, a pesquisa e o ensino para o desenvolvimento da bioeconomia na região.
A demanda global por produtos amazônicos, como cacau, açaí, pimenta-do-reino, frutas tropicais, peixes nativos, entre outros, é enorme. Só que o Brasil participa desse bolo com apenas 0,2%. Segundo estimativas da Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), a bioeconomia pode gerar faturamento de US$ 284 bilhões por ano, até 2050. O cálculo considera uma série de ações conjuntas nas quais o agronegócio e os setores de alimentação, farmácia, cosméticos e de genética ganhariam protagonismo.
Açaí
Produzido por cerca de 200 mil produtores rurais da Amazônia brasileira, o açaí é símbolo da região e alcançou o mercado internacional nos últimos anos. O fruto é um, dentre mais de 100 outros produtos desta região, que hoje já tem reconhecido valor econômico. O fruto é um pretexto ideal para cooperação regional e internacional e construção de conhecimento compartilhado entre os povos da região e outros países, seja entre os atores da cadeia produtiva ou do meio científico.
Governança Bioeconomia
Atualmente, a governança da bioeconomia é compartilhada por uma multiplicidade de atores e instituições. Com relação aos órgãos governamentais, o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Ministério de Minas e Energia, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) se destacam com programas e atividades relacionadas à bioeconomia.
No fim de 2018, o Instituto de Conservação e Desenvolvimento da Amazônia (Idesam) foi selecionado para coordenar o PPBioeconomia (Programa Prioritário de Bioeconomia), idealizado pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) com o intuito de captar recursos de investimentos obrigatórios em P&D (Lei de Informática) para geração de novos produtos, serviços e negócios para a Bioeconomia Amazônica.
O Instituto recebe projetos de bioeconomia de Instituições de Pesquisa Científica e Tecnológica (ICTs) públicas e privadas, incubadoras e empreendedores de impacto na Amazônia, que são disponibilizados em um banco de dados e apresentados a empresas do Polo Industrial de Manaus com obrigação de reinvestimento de Pesquisa e Desenvolvimento. Os projetos devem atuar diretamente na obtenção de novos produtos, serviços e processos inovadores a partir da biodiversidade amazônica.