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Biblioteca do Inpa preserva acervo de obras raras sobre a Amazônia

O acervo é remanescente do antigo Museu Botânico do Amazonas, instituído pela princesa Isabel em 1883

Escrito por
Redação
February 19, 2024
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A biblioteca do Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia (Inpa) guarda um acervo valioso de obras raras das primeiras expedições científicas realizadas no século XVII pela região amazônica. Com um pouco mais de três mil obras, entre livros, diários, anotações e fotografias, o acervo está em processo de curadoria, tratamento, restauração e digitalização para consulta científica.

Esse acervo é remanescente do antigo Museu Botânico do Amazonas, instituído pela princesa Isabel em 1883. O museu, que ficava localizado no bairro de Cachoeirinha, zona Sul da cidade, fechou em 1890, pouco depois da Proclamação da República. As obras ficaram alocadas em um porão no Colégio Amazonense Dom Pedro II até chegarem ao Inpa, embora o ano exato dessa movimentação seja desconhecido.

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Boa parte das anotações e livros pertence à biblioteca pessoal do botânico e escritor João Barbosa Rodrigues, único diretor do Museu Botânico do Amazonas. Entre 1872 e 1875, ele esteve em missão científica na Amazônia sob ordem do governo imperial. O coordenador da biblioteca do Inpa, Inácio Oliveira, afirmou que esse é possivelmente o maior acervo de obras raras sobre a Amazônia.

A biblioteca conta com obras de figuras importantes, como o antropólogo e ictiólogo Manuel Nunes Pereira, um dos fundadores da Academia Amazonense de Letras. Além disso, há obras de Mauro Acioli e Djalma Batista, pesquisadores do Inpa, e cartas de Barbosa Rodrigues, todas objeto de pesquisa na área de história da ciência.

O processo de digitalização das obras estava interrompido desde 2018, após a aposentadoria da bibliotecária Angela Panzo, primeira a trabalhar com o acervo. Atualmente, o trabalho de digitalização é realizado manualmente pela servidora do Inpa, Silvia Helena, que digitaliza cerca de quatro livros por dia. A expectativa é que, em dois anos, o acervo esteja totalmente disponibilizado digitalmente para consulta científica, sendo que até agosto deste ano, 30% das obras já devem estar disponíveis online.

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