A Austrália se tornou o primeiro país a aprovar psicoterapia assistida por substâncias psicodélicas. Os remédios aprovados são a base de Psilocibina, que é o princípio ativo de cogumelos alucinógenos, e de MDMA, molécula do Ecstasy.
É importante frisar que a legalização se trata de uso recreativo, mas estritamente medicinal, realizada com acompanhamento médico e de psicólogos.
O medicamento é administrado com supervisão médica e, em alguns casos, intravenosa. Antes disso, os pacientes passam por uma sessão de terapia com um psicólogo.
Uma das substâncias que alimentam o cérebro com sensações de prazer e felicidade é a molécula Serotonina, que gera esse resultado ao se ligarem aos receptores 5-HT2.
Em quadros de depressão essa molécula fica escassa, não conseguindo dar uma resposta suficiente para o cérebro.
No tratamento, os remédios à base de Psilocibina e MDMA simulam muito bem a Serotonina, fazendo a ligação necessária com os receptores 5-HT2.
Uma vez no organismo, essas substâncias conseguem neutralizar parte da “rede de modo padrão”, que é um conjunto de neurônios interconectados que ficam mais ativos em pessoas com depressão.
Essa “rede” dispara os “pensamentos ruminantes” que fazem a pessoa trazer de volta à mente problemas do passado, de forma descontrolada.
Aprofundar os estudos nessas substâncias pode ser uma das maneiras de avançar cada vez mais na melhora do quadro clínico dos pacientes.