Problemas logísticos têm causado algumas dores de cabeça para os atletas brasileiros nos Jogos Olímpicos de Paris. Entre as reclamações está o transporte oficial fornecido pelo Comitê Organizador, com os atletas desaprovando a lotação e os horários dos ônibus. Na quarta-feira (24), Rayssa Leal, Pâmela Rosa e Gabi Mazetto tiveram dificuldade para voltar à Vila dos Atletas após um treino.
Rayssa Leal, medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio, passou por uma situação complicada após um treino para as Olimpíadas de Paris. Ela, sua equipe e outros skatistas ficaram pelo menos 3 horas esperando o transporte oficial buscá-los na pista de skate e levá-los à Vila Olímpica. O ônibus deveria chegar às 16h20, mas às 19h17 ainda não havia sinal do transporte, deixando os atletas sem comida e sem suporte adequado.
Em seguida, no story seguinte, as três skatistas brasileiras e a holandesa Keet Oldenbeuving aparecem andando de skate pela rua, falando que vão procurar um táxi.
“Abre esses Rolls Royce pra gente ir aí”, brincou Pâmela Rosa apontando para alguns carros que estavam estacionados na rua.
Para solucionar o problema, Rayssa e seus companheiros decidiram usar seus próprios skates para parte do trajeto de volta.
“Estamos muito cansados, foram duas horas de treino que a gente aproveitou no sol. Colocamos uma expectativa muito grande que acaba sendo quebrada de um jeito que a gente não queria”, desabafou.
Eles percorreram parte do caminho de skate e depois pegaram um táxi custeado pelo Time Brasil para chegar à Vila Olímpica.
Rayssa compartilhou a experiência nas redes sociais, mostrando suas colegas Gabi Mazetto e Pâmela Rosa aguardando impacientemente.
“Todo mundo esperando um tal de ônibus chegar e não chega. Ninguém está entendendo isso aqui. Não tem o que fazer, não dá pra sair desse lugar aqui e voltar caminhando para a vila”, desabafou a skatista conhecida como “fadinha”.
A cena mostrava Gabi tirando os tênis e colocando chinelos enquanto esperavam.
O Olimpíada Todo Dia entrou em contato com a Confederação Brasileira de Skate (CBSk), que disse que os ônibus têm atrasado diariamente. Hoje, por exemplo, após esperarem 1h30min as atletas conseguiram pegar um táxi para voltar à Vila dos Atletas.
Já no seu quarto na Vila, alimentada e aguardando para tomar banho, Rayssa fez um último vídeo esclarecendo que os motoristas dos ônibus se perderam e não conseguiram encontrar a arena de skate. Ela também mencionou que a equipe masculina enfrentou o mesmo problema pela manhã.
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) emitiu nota nas redes sociais sobre os testemunhos das atletas, explicando também que o Comitê Organizador que gere a dinâmica de transporte de atletas para os locais de competição.
“O Comitê Olímpico do Brasil (COB) esclarece que o sistema de transporte responsável por levar os atletas às competições e aos treinamentos nos Jogos Olímpicos Paris 2024 é provido pelo Comitê Organizador Paris 2024. Apesar de atrasos relatados por atletas brasileiros em deslocamentos no período pré-Jogos, o COB confia na capacidade dos organizadores para aprimorar os serviços”, conta a nota.
Fadinha destacou que, apesar dos contratempos, o Time Brasil ofereceu suporte constante:
“Essas situações fogem do controle deles”.
A jovem atleta agradeceu à organização da delegação brasileira pelo apoio durante todo o ocorrido, reforçando a importância da resiliência e do trabalho em equipe em momentos de adversidade.