A amazonense Graziela Santos, única arqueira indígena na seleção brasileira, está participando da 2ª etapa da Copa do Mundo de Tiro com Arco de 2024, que começou nesta terça-feira (21), em Yecheon, na Coreia do Sul. A competição se estenderá até o domingo (26).
Graziela, do povo Karapanã e conhecida pelo nome indígena Yaci, que significa “Lua”, destaca a importância dessa competição para garantir melhores condições de competir e aumentar suas chances de ir às Olimpíadas de Paris. "Estamos indo para a Coreia do Sul representar o Brasil e é uma disputa bem importante para garantir melhores condições para competir e, claro, mais chance de ir para as Olimpíadas de Paris", comenta Yaci.
Após a competição na Coreia, Yaci e outros atletas da seleção brasileira seguirão para a Turquia, onde participarão de uma competição crucial para a seleção dos representantes brasileiros nas Olimpíadas de Paris em julho.
A trajetória de Yaci no esporte começou há mais de 10 anos, quando foi inserida no projeto de Arquearia Indígena da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), que atua em comunidades amazônicas há mais de 16 anos. Além de promover a tradição indígena, o projeto busca incentivar a autoestima e oferecer oportunidades de crescimento aos jovens indígenas através do esporte.
Atualmente, Yaci treina diariamente no Centro de Treinamento de Tiro com Arco de Maricá, no estado do Rio de Janeiro. As competições de tiro com arco olímpico são intensas, exigindo grande concentração e destreza dos atletas. As provas individuais começam com a rodada de classificação, onde cada um dos 64 arqueiros dispara 72 flechas para determinar sua posição para a chave eliminatória. A competição segue o sistema de mata-mata até a final. As provas por equipes e a competição mista seguem um formato similar, utilizando os resultados da rodada de classificação individual para determinar as posições.
O projeto de Arquearia Indígena da FAS ganhou notoriedade nacional em fevereiro deste ano, quando os irmãos Gustavo Santos e Graziela Santos Yaci participaram do quadro “The Wall” no programa Domingão com Huck, com o objetivo de arrecadar recursos para a construção do Centro de Arquearia Indígena na comunidade Nova Kuanã.