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“Ataque político” diz vereador Dione Carvalho após ser indiciado por rachadinha

Além do vereador e sua esposa, o inquérito também resultou no indiciamento de dois funcionários.

Escrito por
Rhyvia Araujo
August 23, 2024
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Foto: Internet

O vereador Dione Carvalho (Agir) foi formalmente indiciado pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) sob a acusação de peculato — um crime que envolve a apropriação indevida de bens públicos por um servidor, crime popularmente conhecido como rachadinha. A suspeita é de que Carvalho esteja envolvido em um desvio de salários de funcionários de seu gabinete. 

Ao Diário da Capital, Dione Carvalho, negou as acusações.

“Assim, eu prefiro não me posicionar, porque tudo que eu falar agora eles vão querer aumentar, distorcer, entendeu? É o que tá sendo feito agora é que estamos em um mês de campanha. Tudo isso aí não passa de um ataque político”, disse Dione por meio de ligação.

Ao ser questionado se as denúncias seriam fake news, Dione desligou o telefone e não atendeu mais as ligações.

O presidente da Câmara Municipal de Manaus, Caio André (UB), optou por não comentar sobre o indiciamento do vereador Dione Carvalho. Em entrevista ao Diário da Capital, Caio André se isentou de comentário:

“Não tenho informações detalhadas sobre o caso. Portanto, enquanto a Câmara não receber uma notificação oficial, prefiro não me pronunciar”, respondeu. 

ENTENDA O CASO

De acordo com as investigações, a esposa do vereador, Lorena Leão, estaria pressionando assessores do parlamentar na Câmara Municipal de Manaus (CMM) para devolverem parte de seus salários. O inquérito revela que Leão teria exigido o repasse de salários inteiros em espécie, permitindo que os funcionários mantivessem apenas uma pequena parte dos valores recebidos.

As investigações, realizadas pela Delegacia Especializada em Crimes Contra a Fazenda Pública, apontam que, em um dos casos, um assessor foi instruído a sacar seu salário e entregar o montante em dinheiro para a esposa do vereador, ficando com apenas R$ 300 em sua conta.

O delegado José Ribamar Campelo Aníbal, responsável pelo caso, afirma, nos autos do inquérito policial, que as evidências contra o vereador e a esposa incluem depoimentos de ex-funcionários, registros bancários, gravações e conversas em aplicativos que corroboram as acusações de peculato e esquema de “rachadinha”.

Além do vereador e sua esposa, o inquérito também resultou no indiciamento de dois funcionários adicionais, que não tiveram os nomes divulgados.

“Em razão dos fatos supracitado e documentos constantes nos autos, indício os autores Dione Carvalho dos Santos, xxxx, xxxxx, pela conduta tipificada na art. 312 do Código Penal, uma vez que após oitiva das partes ficou evidente que o peculato desvio é crime formal para cuja consumação não se exige que o agente público ou terceiro obtenha vantagem indevida mediante prática criminosa, bastando à destinação diversa daquela que deveria ter o dinheiro”, diz trecho do relatório final.

O caso foi encaminhado ao Ministério Público do Amazonas (MPAM) na quinta-feira (22), que agora irá decidir se apresentará uma denúncia formal contra Dione Carvalho. Caso a denúncia seja formalizada, o vereador poderá enfrentar processos judiciais pelos crimes imputados.

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