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Anticorpos descobertos podem eliminar todas as variantes conhecidas da Covid-19

Estudo identifica anticorpos capazes de neutralizar diversas variantes do coronavírus, incluindo o SARS-CoV-2 e suas mutações

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August 02, 2023
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Cientistas da Escola de Medicina Duke-NUS, em Singapura, conduziram um estudo inovador que resultou na descoberta de novos anticorpos com potencial para eliminar virtualmente todas as variantes conhecidas do coronavírus, incluindo o SARS-CoV-2 (Covid-19) e suas mutações.

Esses anticorpos foram isolados a partir do sangue de um paciente que se recuperou da SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) no início dos anos 2000 e recebeu uma vacina contra o coronavírus em 2021.

O estudo identificou seis anticorpos capazes de neutralizar múltiplos vírus, incluindo o SARS-CoV-2 e suas variantes, como Alpha, Beta, Gamma, Delta e Omicron, além do vírus SARS original e outros coronavírus animais transmitidos por morcegos e pangolins.

Entre os anticorpos, o mais poderoso, chamado E7, demonstrou neutralizar tanto os sarbecovírus SARS-CoV quanto o SARS-CoV-2, além de novas cepas emergentes do SARS-CoV-2, como a Omicron XBB.1.16.

Os pesquisadores observaram que o E7 tem como alvo uma fraqueza específica na proteína spike do vírus, que é usada para invadir as células do hospedeiro e causar a doença. Esse anticorpo parece bloquear o processo de mudança de forma que o vírus requer para infectar as células e provocar a doença.

A primeira autora do estudo, Dra. Chia Wan Ni, afirmou que "a potência neutralizante e a amplitude do anticorpo E7 superaram todos os outros anticorpos relacionados ao SARS-CoV que encontramos. Ele manteve sua atividade mesmo contra as novas subvariantes da Omicron, enquanto a maioria dos outros anticorpos perdeu sua eficácia."

Os resultados do estudo oferecem informações valiosas sobre os pontos fracos dos coronavírus e fornecem modelos para o desenvolvimento de vacinas e medicamentos que possam combater as variantes e possíveis futuras epidemias.

Os pesquisadores expressaram otimismo sobre a possibilidade de desenvolver uma vacina universal contra os coronavírus, que poderia ser eficaz contra diferentes variantes e proporcionar proteção a longo prazo.

O paciente que doou o sangue para a pesquisa, um homem de 51 anos, recebeu a vacina da BioNTech/Pfizer em janeiro e fevereiro de 2021. Após a coleta de seu plasma, as células mononucleares do sangue periférico foram extraídas e criopreservadas, e posteriormente marcadas para análise dos tetramers SARS-CoV RBD (SC1) e SARS-CoV-2 RBD (SC2).

O estudo foi conduzido em colaboração com cientistas da Universidade Nacional de Singapura, da Universidade de Melbourne na Austrália e do Centro de Pesquisa do Câncer Fred Hutchinson nos Estados Unidos, e seus resultados foram publicados na revista Science Advances. O trabalho representa um avanço significativo na busca por soluções eficazes contra a Covid-19 e suas variantes.

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